Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Isaquias faz prova de recuperação e é prata no Mundial

Isaquias Queiroz no Mundial de Canoagem - Fabio Canhete/CBCa
Isaquias Queiroz no Mundial de Canoagem Imagem: Fabio Canhete/CBCa

07/08/2022 11h40

Isaquias Queiroz sofreu, mas conquistou neste domingo (7) a medalha de prata no C1 1.000m do Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade, nesta que é a distância olímpica da canoa masculina. Ele estava apenas em quinto faltando cerca de 400 metros para a chegada, mas remou forte para fazer três ultrapassagens e chegar em segundo, mais de um barco atrás do surpreendente romeno Catalin Chirila.

O baiano tem sete medalhas de ouro em Mundiais, mas só uma no C1 1.000m, que é a prova mais concorrida na canoa, por ser também disputada nos Jogos Olímpicos. Quatro desses títulos vieram no C1 500m, versão mais curta, que ele ganhou também ontem em Halifax (Canadá), duas em provas em duplas, no C2, e somente um título é do C1 1.000m, conquistado em 2019, na Hungria.

Pela forma como venceu os Jogos Olímpicos do ano passado e pelo que vinha apresentando nos treinamentos em Lagoa Santa (MG), Isaquias era o grande favorito ao bicampeonato. Mas ele foi superado por Chirila já nas eliminatórias, quando o primeiro colocado ganhava vaga direta na final e os demais continuavam para a semifinal. O romeno venceu e o brasileiro foi o segundo, o que exigiu que ele remasse mil metros a mais do que o previsto no Mundial.

Na final, Isaquias foi ficando para trás já nas primeiras remadas. O baiano costuma ter como estratégia não deixar os rivais abrirem muito, e explodir nos 500 metros finais. Nessa fase mais intensa, o normal é não ter para ninguém. Mas, desta vez, não só ele já estava muito atrás dos primeiros, como Chirila manteve uma velocidade ainda maior do que Isaquias.

Na sua prova de recuperação, o brasileiro ultrapassou o francês Adrien Bart, que terminou em quarto, passou o rival tcheco Martin Fuksa, que ficou com o bronze, faltando menos de 50 metros, mas não alcançou Chirila, um romeno de 24 anos que nunca tinha ido ao pódio em Mundiais, estreou com a prata ontem no C1 500m e se coloca como grande rival do brasileiro. Isaquias terminou a prova em 4min15s38, a 1s52 de Chirila, que começou a comemorar antes da reta de chegada.

Ainda neste domingo, Filipe Vieira e Erlon Souza ficaram em quinto lugar na final do C2 1.000m, prova que foi olímpica até Tóquio, mas que não é mais — em Paris será disputado o C2 500m. Ele chegaram a remar em último, mas foram crescendo e terminaram a dois segundos do pódio. No C2 500m, a mesma dupla foi segunda colocada na final B, ontem, o que significa o décimo lugar geral.

Em Paris, o Brasil deve ter Isaquias tanto no C1 1.000m quanto compondo o barco do C2 500m. Neste Mundial, por estratégia da comissão técnica, ele foi poupado nas provas em duplas. Foram escalados Erlon, medalhista na Rio-2016, mas que teve lesão crônica na bacia e perdeu os Jogos de Tóquio, voltando às competições só agora, e o jovem Filipe, que é da mesma cidade de Isaquias.