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Decisão judicial afasta Manoel Oliveira do comando do handebol após 31 anos

Manoel Luiz Oliveira, presidente da Confederação Brasileira de Handebol - Reprodução
Manoel Luiz Oliveira, presidente da Confederação Brasileira de Handebol Imagem: Reprodução

10/09/2020 10h57

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região decidiu hoje (10), por unanimidade, pelo afastamento do presidente eleito da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Manoel Luiz Oliveira. Foram três votos a zero para que o dirigente, no cargo há 31 anos, seja afastado por suspeitas de corrupção na realização do Campeonato Mundial de Handebol de 2011 em São Paulo.

A novela vem desde abril de 2018, quando a Justiça Federal do Distrito Federal concedeu liminar a uma Ação Civil Pública e afastou Manoel da presidência da CBHb. Na ocasião, a decisão, que foi amplamente noticiada pela imprensa, foi enviada por carta precatória até a sede da confederação, em Aracaju (Sergipe). Antes de ela chegar, Manoel pediu licença médica.

Assim, por dois anos, Manoel ficou afastado da confederação supostamente por problemas de saúde, enquanto uma decisão judicial também o impedia de ser presidente. Em março deste ano, quando o processo já havia sido remetido do DF para Sergipe, a liminar foi derrubada. Manoel voltou ao cargo.

A passagem desta vez foi curta, de menos de seis meses, e em meio à pandemia. Mas Manoel teve tempo suficiente para tentar reorganizar sua base de apoio e para trocar o técnico da seleção masculina. O espanhol Dani Gordo foi demitido e, para seu lugar, foi recontratado o técnico que estava no cargo quando Manoel foi afastado em 2018, Washington Nunes. Este havia sido demitido em agosto do ano passado.

Quando o dirigente sergipano foi afastado em 2018, quem assumiu foi seu então aliado e primeiro vice-presidente, Ricardo Souza, o Ricardinho, de Alagoas. Mas os dois cartolas romperam depois que Ricardinho demitiu diversas pessoas ligadas a Manoel que trabalhavam na confederação, enxugando o quadro de funcionários. Eles passaram a ser rivais políticos.

Mas agora Ricardinho também não pode assumir. Como revelou o Olhar Olímpico, ele foi suspenso por dois anos pelo Conselho de Ética do COB por acusações de assédio moral e sexual por parte de uma funcionária da confederação durante os Jogos Pan-Americanos. Essa suspensão o impede de assumir qualquer cargo na confederação. Até agora, Ricardinho não recorreu.

Com isso, o comando da confederação, uma das mais importantes do país, cai no colo do amazonense Jefferson Oliveira, segundo vice-presidente. Ele é presidente do Rio Negro, clube de futebol do Amazonas. Jefferson terá menos de seis meses de mandato e a tendência é que seja pressionado para convocar novas eleições.