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Julio Gomes

Real e CR7: Juntos, foram imbatíveis, separados, lutam hoje para sobreviver

Cristiano Ronaldo em partida da Juventus - JENNIFER LORENZINI
Cristiano Ronaldo em partida da Juventus Imagem: JENNIFER LORENZINI

07/08/2020 06h30

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Real Madrid e Cristiano Ronaldo. Uma das parcerias mais bem sucedidas da história do futebol europeu. Juntos, ganharam quatro vezes a Champions League e outros tantos títulos coletivos (o clube) e individuais (o jogador). Separados, a vida não tem sido tão fácil. Hoje, ambos entram em campo lutando pela vida na Liga dos Campeões da Europa, que será retomada com portões fechados e em uma época do ano em que o futebol costuma estar de férias (no calor de agosto).

Após cinco meses parada pela pandemia do coronavírus, a Champions será retomada às 16h (de Brasília) com Juventus x Lyon, em Turim, e Manchester City x Real Madrid, na Inglaterra. O Lyon venceu a ida por 1 a 0, jogando na França, enquanto o City ganhou a ida em Madrid por 2 a 1. Ou seja, tanto CR7 quanto o clube espanhol estarão em campos diferentes, mas na mesma situação: contra a parede.

Cristiano já tinha sido eleito melhor do mundo e campeão europeu com o Manchester United quando, em 2009, foi vendido ao Real Madrid na maior transferência da história (naquele momento), após uma novela que se arrastou por algumas janelas do mercado da bola.

Se domesticamente o Real sofreu nos nove anos em que teve CR7, vencendo só dois campeonatos e duas Copas do Rei, foi na Europa que a parceria explodiu: quatro títulos de Champions League (14, 16, 17 e 18), os últimos três já com Zidane no comando técnico. Individualmente, Cristiano ganhou quatro Bolas de Ouro vestindo a camisa branca e transformou-se no maior artilheiro da história do clube.

Em 2018, tanto Cristiano quanto Zidane deixaram o Real "por cima", no topo da Europa. O português foi tentar fazer mais história em outro lugar, a poderosa Juventus. Já conquistou dois títulos italianos, mas perdeu a Champions em 2019 e, agora, precisa ajudar o time a vencer o Lyon para seguir com vida. Além disso, viu Messi ser eleito melhor do mundo pela sexta vez, ano passado, e desempatar a corrida pessoal entre eles.

A imprensa europeia noticiou que Cristiano teria deixado a Juve e ido para o PSG na atual janela de transferências, mas a troca não ocorreu por causa da pandemia. Ele estaria insatisfeito com o técnico Maurizio Sarri - que, dizem também, cairá, apesar do título italiano. Neste climão interno é que a Juve tenta reverter o resultado contra o Lyon que jogou só uma partida oficial nos últimos cinco meses.

Esta partida foi justamente um 0 a 0 contra o PSG, sexta passada, na final da Copa da França, e mostrou que o Lyon está preparado para se fechar e se defender bem no Juventus Stadium. Caberá à Juve fazer valer seu poderio ofensivo e a presença de Cristiano Ronaldo.

Já em Manchester, o Real Madrid entra em campo com o espírito um pouco mais leve do que tinha em fevereiro. Zidane, que havia saído junto com Cristiano, voltou ao resgate no meio da temporada passada. E conquistou o Espanhol 19/20, um título marcado justamente pela ausência de superestrelas no Real (enquanto Messi segue no Barcelona), o que valorizou o trabalho do técnico.

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Mas a tarefa do gigante espanhol é mais complicada que a da Juventus e de Cristiano. Porque o Real Madrid terá de vencer fora de casa um time que é um dos grandes favoritos ao título, o esquadrão de Guardiola, comandado por Kevin de Bruyne. O Manchester City é simplesmente melhor do que o Real e já deveria ter feito um resultado mais confortável na partida de ida, no Bernabéu, quando eles se enfrentaram na ida.

Naquele duelo, o City teve Gabriel Jesus como titular e fazendo, provavelmente, seu melhor e mais importante jogo com a camisa do clube e na carreira europeia. Ele forçou a expulsão de Sergio Ramos, o grande líder do Real Madrid, que não poderá estar em campo hoje. Foi uma partida importante para se firmar e ocupar bem o espaço aberto pela lesão de Aguero.

Além de Gabriel Jesus, o City terá como titulares o goleiro Ederson e Fernandinho, possivelmente jogando como zagueiro (e construindo desde trás). No Real Madrid, Militão será o substituto de Sergio Ramos na zaga, e Casemiro será a peça importante do meio de campo para fazer os milagres necessários - fatalmente, o Real ficará exposto à velocidade do City na tentativa de buscar a "remontada".

A dúvida, que se repetiu ao longo da temporada toda, é se Zidane utilizará desde o início algum dos jovens brasileiros no ataque. A imprensa espanhola aposta em Vinícius Jr titular, Rodrygo no banco.