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Seleção de 2001, de Leão, pode indicar algo sobre o Brasil de Dorival?

O programa Seleção SporTV resgatou hoje uma matéria sobre um empate do Brasil com o Peru, no Morumbi, em 25 de abril de 2001. Lembrei que eu estava lá. Como torcedora. E lembrei que São Paulo se tornou cidade non grata para a CBF, mais ou menos nessa época. Muito exigente.

Da arquibancada voavam bandeirinhas e gritos de "burro!" para Leão. O treinador apostara em uma equipe formada por atletas "locais", supostamente mais comprometidos com a Amarelinha. O empate por 1 a 1 fez a seleção terminar aquela noite, 23 anos atrás, na quarta posição das Eliminatórias.

Como até as pedras que gostam de futebol sabem, o Brasil se sagraria pentacampeão no ano seguinte, sob o comando de Felipão.

Hoje, entraremos em campo contra a mesma seleção peruana, também em quarto lugar. Teoricamente, em situação menos pior do que em 2001, uma vez que há duas vagas diretas a mais para 2026. A diferença é que, naquela ocasião, Leão tinha optado por não convocar os grandes nomes. Deixara nossos maiores craques de fora por opção. Uma opção ruim e, mais importante, reversível.

"E agora, quem poderá nos defender?"

Talvez ninguém. Talvez Neymar. Talvez Estêvão. Talvez Vini. Talvez um outro treinador que, como Scolari, possa surpreender e levar o Brasil a um título tão esperado quanto inesperado, pelo que temos visto nos últimos anos.

A seleção já disputou 16 partidas em Brasília, com 13 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Uma delas adivinhem para quem? Ele mesmo. O terror de narradores e comentaristas. A alegria da quinta série. O Peru.

Em 1985, com direito a minuto de silêncio pela morte de Tancredo Neves, perdemos por 1 a 0 o amistoso contra os vizinhos sul-americanos. Um ano depois, sem Evaristo de Macedo e com Telê Santana, o Brasil terminaria em quinto a Copa do México.

Histórico e estatísticas não fazem verão, claro. Há tempo suficiente para a seleção se recuperar e reviver em 2026 a conquista de 2002, independentemente do resultado desta noite contra o Peru. Só vai precisar de muito, muito mais bola — ou um milagre — para começarmos a acreditar nessa hipótese.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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