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Meu filho, o futebol e a rodada do Brasileirão

Hoje é o aniversário do meu filho. O que você tem a ver com isso é uma excelente pergunta. Talvez, nada. Mas tolere esta mãe babona.

Ele nasceu em um domingo de 2019, às 16h36. Não pude deixar de pensar no dia: caramba, me deixou 16 horas em trabalho de parto para nascer bem na hora do futebol.

Agora, 5 anos depois, passamos o domingo acompanhando juntos toda a rodada do Brasileirão masculino e o primeiro jogo da final do feminino.

Me julguem, mas ao ver a goleada do Palmeiras se desenrolando, disse a ele que eu tinha ligado e pedido para capricharem no placar, afinal era o dia dele. "Mas você gravou um vídeo ou ligou normal, mamãe?" Pois bem, o Alviverde meteu cinco no Criciúma, obviamente em homenagem à sua nova idade. "O Veiga também marcou, mamãe!"

Enquanto o vice-líder vencia com tranquilidade no Allianz Parque, ele também se preocupava com nossos amigos gremistas, que acabaram empatando com o Red Bull Bragantino. Ao ver um botafoguense no churrasco, fez questão de avisá-lo que o Fogão havia derrotado o Corinthians, no sábado, por 2 a 1. Ao cruzeirense, lembrou que jajá a equipe enfrentaria o São Paulo.

Ansioso pelas 18h30, ele ligou várias vezes para o pai, flamenguista. "Gol do Mengão, papai! Do Gerson! Te amo. Beijo, tchau." Já no finalzinho: "Ih, papai. Gol do Vasco, de cabeça. Pelo menos a tia Marcelle e o Maurício vão ficar felizes, né? Te amo. Beijo, tchau."

Esse é o meu garotinho. Em todo resultado, ele lembra de alguém que conhece, próximo ou distante, que torce para os times envolvidos e vai acabar o dia chateado ou contente. Um garotinho de 5 anos que, sem eu insistir ou sentar para ensinar nada, decorou os escudos e abreviações de todos os times da Série A, alguns da B e uns europeus. Que checa os placares de todos os campeonatos no aplicativo do UOL Esporte (porque é lá que você trabalha, né, mamãe?) assim que acorda. "Mamãe, o Manchester City ganhou! O tio Nigel vai ficar muito feliz!"

Tudo isso para dizer que eu nunca desejei o futebol para ele. E, ainda assim, desejei demais que ele quisesse dividir comigo a insanidade dessa paixão. Que sorte a minha.

Feliz aniversário, Pituco. Mamãe te ama mais que tudo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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