Cuidados com carro: trocar peça de R$ 30 evita gastar R$ 13 mil na oficina

Você já deve ter ouvido a expressão "barato que sai caro", certo? Geralmente ela se refere a situações nas quais procuramos uma solução mais simples e prática do que deveríamos adotar e acabamos pagando caro pelo "jeitinho".

Quando falamos de carros, porém, o dito tem de ser adaptado. Isso porque os veículos costumam ter componentes que são fáceis e baratos de serem trocados, mas que podem causar uma grande dor de cabeça - e no bolso - caso a troca seja negligenciada.

Quer um exemplo? Filtros são usados em várias partes do carro e servem para barrar impurezas, seja do ar admitido pelo motor, do combustível ou do óleo. "Caso não sejam respeitados os prazos de troca, um filtro em más condições pode causar danos profundos ao carro, até permanentes em alguns casos, cuja solução costuma sair cara", explica Erwin Franieck, mentor de Engenharia Avançada da SAE Brasil.

Os preços, claro, variam de modelo para modelo, mas falamos aqui de um componente de cerca de R$ 30 na maioria dos carros mais populares. Um filtro que não é trocado dentro do prazo pode acumular impurezas em seu interior e acabar se rompendo.

A consequência disso é um vazamento que, na melhor das hipóteses, obrigará o dono a repor o óleo perdido e trocar a peça. No pior cenário, porém, o motor pode ficar sem lubrificante suficiente e acabar fundindo.

Neste caso, há uma verdadeira loteria: fazer o motor voltar à vida pode depender da troca de poucas peças ou, ainda, até mesmo do motor como um todo. Tomando como exemplo o motor 1.0 de três cilindros do Chevrolet Onix, que sai R$ 13 mil em média, negligenciar a troca de um componente de R$ 30 pode representar um prejuízo mais de 430 vezes superior.

Outro exemplo do tipo é a correia dentada. "Se ela não for trocada dentro do prazo de quilometragem ou por data, ela pode quebrar, e quando isso ocorre além de ter que trocar a peça em si, ainda haverá mais itens a serem substituídos como as válvulas do cabeçote", alerta Pedro Luiz Scopino, professor de mecânica e gestor da Auto Mecânica Scopino.

Componentes menores do motor, como tuchos e anéis de vedação, também não são itens caros que, se estragarem, tendem a causar problemas mais sérios. "Isso é mais observado em carros com mais anos de uso e geralmente têm como sinal o elevado consumo de óleo. Ter que completar o nível do óleo de tempos em tempos não é algo normal e, geralmente, é o prenúncio de que um problema maior está por vir", diz Franieck.

Um por todos

Além do motor, há mais sistemas que podem ser afetados como um todo em caso de pequenas (e baratas) peças defeituosas.

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"A suspensão, por exemplo, tem componentes menores, como bieletas, e cada um deles, em caso de problemas, acaba afetando o conjunto como um todo, inclusive componentes da direção", explica Franieck. Aqui, além do prejuízo, há riscos à segurança.

A lista de situações do tipo pode incluir também a embreagem. Conforme ela se desgasta, o desacoplamento quando se pisa no pedal pode não ocorrer de maneira completa, causando atrito e liberando pequenos pedaços de metal que, se forem parar na transmissão, pode condenar o conjunto.

Já pensou ter que trocar o câmbio de um carro? Defeitos na embreagem podem causar problemas bem maiores
Já pensou ter que trocar o câmbio de um carro? Defeitos na embreagem podem causar problemas bem maiores Imagem: Foto: Shutterstock

Não é preciso dizer que o preço para a troca de uma embreagem e de uma caixa de transmissão é bastante diferente, não é mesmo?

A solução para evitar esse tipo de dor de cabeça é uma só: manutenção preventiva, que geralmente sai barato do que procedimentos corretivos. Além disso, é preciso ter atenção a sinais como barulhos ou comportamento anormal do veículo. "Sempre existe um risco de alguma peça quebrar fora do plano de manutenção, mas geralmente isso está relacionado a buracos, uso incorreto, combustível adulterado, entre outros", finaliza Scopino.

*Com informações de matéria publicada em 24/05/2021

2 comentários

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Cleiton do Prado Pereira

Eu vou mais longe em orientar quem tem carro, sempre faço as revisões periódicas de 10.000 Km em 10.000 Km,  por uma razão muito simples. As concessionárias além de trocar os filtros e óleos recomendados pelo fabricante do veículo, fazem inspeções em vários itens (se não fizerem o problema é deles pois se der defeito eles terão que corrigir de graça) e o mais interessante é o custo deste "SEGURO" v que você paga sendo que dividindo o custo da manutenção, pelo 10.000 Km rodados dá mixarias. Acabei de fazer a revisão de 70.000 Km do meu Versa Unique CVT, custou R$ 1.345,00 que dividido por 10.000 = R$ 0,1345 / Km.   

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Jose Ricardo Vidal Dias

Vivi essa situação recentemente. Tive que trocar a bomba de combustível. Na oficina me cobraram 2 mil reais, na mesma hora, com o celular na mão, comprei por 250 reais na loja da marca do carro. Paguei 300 reais de mão de obra. 

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