Vitamina D não é vitamina nem vem do sol; tudo o que você precisa saber

Embora seja popularmente conhecida como a "vitamina do sol", ela nem vem do sol e nem é considerada uma vitamina. Hoje sabe-se que a "vitamina" D é na verdade um hormônio essencial para a prevenção de vários problemas de saúde, em especial de disfunções musculoesqueléticas.

O sol não contém vitamina D, mas é a exposição aos raios solares (UVB) que ativa a produção da vitamina D em nosso organismo.

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Além da produção estimulada pela exposição solar, também podemos obtê-la através de certos alimentos (salmão, sardinha, gema de ovo, cogumelos, dentre outras fontes alimentares) e suplementos (cápsulas ou gotas).

Diante de alternativas mais seguras para suplementação da vitamina D, não é necessário "torrar" ao sol para garantir doses extras de vitamina D e trazer riscos à sua pele, até porque o horário em que os raios UVB estão mais presentes (entre 10h e 16h) também é o que está mais associado a problemas de pele e envelhecimento precoce.

Não há um limite seguro de exposição solar e nem há um aumento proporcional de vitamina D com o aumento dessa exposição. Por isso, não se recomenda ultrapassar o tempo médio de 15 minutos diários de exposição ao sol.

A grande maioria das pessoas com deficiência de vitamina D não apresenta qualquer sintoma. Quando os sintomas surgem, é importante estar atento à fadiga, fraqueza muscular e dor crônica.

E como saber se o nível de vitamina D está adequado?

A deficiência pode ser diagnosticada pelo médico através de um exame de sangue em que é avaliada a concentração de vitamina D (25OHD).

Todo mundo precisa dosar a vitamina D?

Não há necessidade de realizar esse exame de forma rotineira, sendo reservado para os casos em que há suspeita clínica da sua deficiência ou para os grupos de risco de hipovitaminose D.

Mas, afinal, qual o nível ideal de vitamina D?

Valores maiores que 20 ng/mL são adequados para a maioria das pessoas saudáveis. Valores entre 30-60 ng/mL são desejáveis para grupos em que há maior risco de deficiência de vitamina D, tais como idosos, gestantes, pessoas em programação de cirurgia bariátrica, portadores de doenças ósseas, doença renal crônica, insuficiência hepática, doenças inflamatórias e autoimunes.

Como é feita a suplementação?

Diante da indicação de tratar a hipovitaminose D, a reposição geralmente é feita com suplementos orais (cápsulas/gotas) ingeridos diariamente ou semanalmente. Não se recomenda repor doses excessivas de vitamina D (oral ou injetável), tendo em vista o risco de intoxicação e danos irreversíveis, sobretudo quando os valores ultrapassam 100 ng/mL.

Vale reforçar que a suplementação generalizada de vitamina D não está indicada e a sua reposição, quando necessária, deve ser feita com acompanhamento médico.

Referências:

1. Vitamina D: novos valores de referência: posicionamento SBEM e SBPC/ML (2020)

2. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014.