Pinguim é mulher: Com atriz de Hollywood, novo Batman muda gênero do vilão

A animação "Batman: Cruzado Encapuzado" chegou ao Prime Video e causou estranhamento ao apresentar o famoso vilão Pinguim como uma mulher. Na série, o famigerado Oswald Cobblepot se tornou Oswalda e tem a voz de Minnie Driver, 54, atriz de "Gênio Indomável" (1997), "O Fantasma da Ópera" (2004) e a dubladora original da Jane, em "Tarzan" (1999).

Com a produção de Matt Reeves ("The Batman"), J.J. Abrams ("Lost") e Bruce Timm ("Batman: The Animated Series"), a animação reimagina diversos vilões de Gotham e se passa em um universo diferente. Ou seja, não é canônico da história do herói.

Minnie Driver acredita que a mudança de gênero do personagem na série animada é algo feito de maneira orgânica. "É incrível, porque muitas vezes estamos tentando restabelecer o equilíbrio do mundo, com representação de muitas minorias diferentes no cinema e na animação. Às vezes sentimos que as coisas foram introduzidas, e que talvez seja um pouco mais performativo do que realmente orgânico", contou a atriz em entrevista à imprensa internacional da qual Splash esteve presente durante a San Diego Comic-Con 2024.

É completamente crível que esse personagem bizarro, estranho e grandioso não tenha um gênero definido, porque essa é a essência do Pinguim, e é isso que estamos vendo, a essência dele presente nos quadrinhos e na animação original. Quando olho para ela, sinto que ela é sem gênero de tão estranha.
Minnie Driver

Casada com o diretor Addison O'Dea, a atriz britânica se inspirou na própria sogra para criar a voz original da vilã. "Ela [a minha sogra] tem uma voz icônica, como uma novaiorquina americana, vintage. Sinto que a voz dela é dos anos 1930 e 1940, é rasgada, grande e profunda."

Driver brinca e, por mais estranho que possa parecer, acredita ser uma homenagem à mãe do marido. "É um tributo a minha sogra, sendo o meu ponto de partida. Mas, claro, a Pinguim é malvada e descontrolada, uma psicopata. Essas características fui eu que criei."

Minnie Driver é a voz original de Oswalda Cobblepot, vilã de 'Batman: Cruzado Encapuzado'
Minnie Driver é a voz original de Oswalda Cobblepot, vilã de 'Batman: Cruzado Encapuzado' Imagem: Araya Doheny/WireImage

Para chegar à voz definitiva da personagem, Driver ofereceu diversas opções à produção e demorou para achar a certa. "Você tem que tentar coisas que acabam não funcionando, foi assim com a minha vocalização inicial da Pinguim. Não deu certo de primeira, mas sempre estou disposta a mostrar mais ao diretor, adicionando ou tirando, afinal a voz é algo importante para qualquer personagem."

Oswalda Cobblepot não é a única versão do Pinguim que chega em 2024: o personagem interpretado por Collin Farrell em "The Batman" ganha uma série própria que vai estrear ainda este ano no Max. "Acho o vilão de Farrell icônico, mas a que interpreto é diferente. Ela é mãe e faz coisas sombrias e distorcidas com os próprios filhos."

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A primeira temporada conta com dez episódios disponíveis no Prime Video e teve uma boa recepção, com aceitação de 97% da crítica no Rotten Tomatoes - agregador de críticas online. Um segundo ano já está encomendado, mas ainda não há previsão de lançamento.

*A repórter viajou a convite do Prime Video

8 comentários

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Adherbal da Costa Moreira

Sério? Acho que falta imaginação aos autores, apesar de 80 anos de histórias em quadrinhos, pra terem sempre que inventar algo! Qual o próximo passo, homem-gato? Não se trata de ser conservador ou não, apenas de manter a originalidade dos personagens e ter a imaginação de criar novos para acomodar homenagens e questões de gênero!

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Carlos Alberto Antonini

Palhaçada.... na INCAPACIDADE de criar novos heróis para atender as demandas das mudanças na sociedade recorrem a heróis de décadas atrás e fazem adaptações, muletas.... È perceptível que as gerações 70,80 e 90 tinham mais capacidade criativa do que as atuais.... A cultura esta pior.... Criem seus próprios heróis e nao estraguem ou "melem" os que ja se consolidaram....

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Daniel de Castro Ribeiro

Por favor, deixem os quadrinhos, principalmente os clássicos,  em paz. A lacração não tem limites 

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