Robbie Williams expõe suas fragilidades em cinebiografia

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"Better Man" foi bem nos cinemas, então quase todo mundo já sabe. O cantor inglês Robbie Williams decidiu fazer sua cinebiografia como um macaco. O roteiro é até um tanto convencional para contar a trajetória do artista. O que muda mesmo é ele aparecer maquiado como os símios da franquia "O Planeta dos Macacos".
A proposta de Williams é até simples. Ele afirma que durante toda a vida se sentiu inferior às pessoas ao seu redor. Como retrato das agruras que podem cruzar o caminho de um pop star, a extravagância visual funciona muito bem.
Um lance surpreendente do filme, além da macaquice, é mostrar o cantor como alguém tão fragilizado emocionalmente. Williams é um ídolo mundial de perfil confiante. Na Inglaterra, desde os tempos em que fazia parte da boy band Take That, ele é um verdadeiro deus pop.
Chega a ser curioso que o filme tenha na sua segunda metade uma narrativa mais forte, justamente quando o público já começa a ficar totalmente acostumado com a figura simiesca do protagonista.
"Better Man: A História de Robbie Williams", 2025
Direção Michael Gracey
Elenco Robbie Williams, Jonno Davies, Steve Pemberton
Classificação 16 anos
Onde Prime Video (Trailer)
Já disponível na sua tela...

Uma longa jornada na fuga para uma nova terra
Talvez a trajetória do visionário arquiteto László Toth e sua mulher, fugindo da Europa no pós-guerra, seja atraente para mais pessoas no streaming. As três horas e meia de duração desse filme monumental assustaram algumas pessoas diante da ideia de ficar tanto tempo no cinema. No sofá, pode ser mais tranquilo ver a saga do arquiteto reconstruindo sua vida e sua arte na América, um personagem que deu a Adrien Brody seu segundo Oscar de melhor ator. "O Brutalista", 2024 | Direção - Brady Corbet | Elenco - Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce | Classificação - 18 anos | Onde - AppleTV, Amazon Video

Uma mistura explosiva de ótimo jazz e Guerra Fria
O belga Johan Grimonprez dirigiu um espetacular documentário, numa mistura inventiva de thriller político com o melhor do jazz. Usando material de arquivo esplendidamente editado, reconstrói a trama que teve participação da CIA e da ONU para o assassinato de Patrice Lumumba, primeiro-ministro do Congo, em 1961. O filme esmiúça detalhes da conspiração e intercala a narrativa com gravações de gigantes do jazz dos anos de 1950 e 1960. O resultado é eletrizante. "Trilha Sonora para um Golpe de Estado", 2024 | Direção - Johan Grimonprez | Classificação - 14 anos | Onde - AppleTV
O QUE ESTÁ BOMBANDO

A escória de "Star Wars" reunida numa série animada
Mais uma série de animação imersa no universo aparentemente inesgotável de "Star Wars"? Sim, mas sempre vale esperar por coisa boa quando o nome de Dave Filoni está nos créditos de uma nova produção.
Produtor, diretor e roteirista, praticamente todas as melhores iniciativas de spin off da saga criada por George Lucas têm a mão de Filoni. A lista é grande: "Rebels", "The Mandalorian", "Ahsoka", "Skeleton Crew"... Não por acaso, ele é roteirista do longa "Star Wars: The Mandalorian and Grogu", projeto ambicioso da Disney para 2026.
O novo desenho, "Tales of the Underworld", é exatamente o que está descrito no título. São contos de um submundo de bandidagem ambientados no amplo cenário da luta rebelde contra o Império do Mal. A fauna de personagens é curiosa, e alguns enredos chegam a empolgar.
Já entre as mais assistidas, a série é obrigatória para os obcecados por "Star Wars", mas não só para esses.
"Star Wars: Tales of the Underworld", 2025
Criação Dave Filoni
Classificação 12 anos
Onde Disney+ (Trailer)

FIQUE DE OLHO
Os episódios mal começaram a chegar, mas "Malditos" é tão diferente de todo o resto da programação de streaming que é impossível não recomendar. Conta a história de uma família cigana no sul da França que sofre as consequências de uma inundação na região. Além dessa calamidade, o clã esconde um segredo bem barra pesada. É impossível não ficar ligado no que vai acontecer. No elenco, destaque para Damien Bonnard, de "Pobres Criaturas". "Malditos", 2025 | Criação - Jean-Charles Hue | Elenco - Damien Bonnard, Céline Sallette | Classificação - 14 anos | Onde - Max

PARA MARATONAR
"Covert Affairs" é dessas séries das quais a gente não lembra detalhes, mas que ficam na memória como algo divertido. Numa revisão, as aventuras de Annie Walker na CIA, de recruta a uma das grandes agentes da casa, deixam claro que é uma série bem acima da média. Difícil crer que Piper Perabo, muito bonita e com uma ótima entrega no papel, não tenha feito uma carreira de sucesso. "Covert Affairs: Assuntos Confidenciais", 2010-2014 | Criação - Matt Corman, Chris Ord | Elenco - Piper Perabo, Christopher Gorham. Kari Matchett | Classificação - 12 anos | Onde - Prime Video
CLÁSSICO É SEMPRE CLÁSSICO...

Por que assistir a "Matar ou Morrer"?
Todo cinéfilo está autorizado a passar a desprezar qualquer crítico que não coloque 'Matar ou Morrer' entre os cinco melhores faroestes de todos os tempos. Toda a cartilha para se fazer um bom western está no filme dirigido por Fred Zinnemann em 1952.
Gary Cooper (1901-1961), o ator sempre convocado quando era necessária a presença de um herói íntegro e inabalável, interpreta o xerife de uma cidadezinha. Ele é avisado que quatro bandidos capturados por ele saíram da cadeia e vão chegar no trem do meio-dia para matá-lo.
Para a surpresa desse homem bom, ninguém no local quer se aliar a ele contra os bandidos. Ele vai enfrentar esse desafio sozinho, não recebendo apoio nem de sua amada, interpretada por uma luminosa Grace Kelly (1929-1982), talvez a atriz mais bonita de Hollywood na época.
Tudo aponta para o xerife Will Kane deixar a cidade, mas ele fica para ajudar aqueles que não se prestam a salvá-lo. É um filme para ser visto e, sempre que possível, revisto.
"Matar ou Morrer", 1952
Direção Fred Zinnemann
Elenco Gary Cooper, Grace Kelly, Thomas Mitchell
Classificação 12 anos
Onde AppleTV, Prime Video (Trailer)
Veja em Splash...

Descomplicado, novo "Karatê Kid" é puro suco dos anos 1980
"Karatê Kid: Lendas" é uma verdadeira máquina do tempo. A ambientação pode ser contemporânea, mas o filme é herdeiro direto de aventuras infantojuvenis de outrora. São heróis e vilões com motivações claras e sem nenhum tom de cinza, saindo no braço para resolver problemas adolescentes como se estivessem lutando pelo futuro do planeta. É exagerado, é cafona e, de alguma forma, funciona.

Os Mutantes ficaram de fora do documentário de Rita Lee?
"Rita Lee: Mania de Você" celebra a vida e a carreira da rainha do rock brasileiro. No entanto, a produção optou por pouquíssimas referências a Os Mutantes, banda que lançou Rita Lee ao estrelato no final dos anos 1960. Durante o filme, são citados algumas poucas vezes, mas sem imagens ou aprofundamentos. "Para mim, não muda muito ter ou não ter eles", afirmou o diretor Guido Goldberg.

Tarifa 100% de Trump vai impactar o cinema nacional?
Donald Trump impôs uma tarifa de 100% sobre qualquer filme produzido fora dos EUA. O argumento é que a indústria cinematográfica dos EUA estaria "morrendo" devido a incentivos oferecidos por outros países para atrair cineastas e estúdios. Para Neusa Nunes, professora de economia no curso de cinema e audiovisual da ESPM, o impacto disso no Brasil seria "zero".
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