Arnaldo Ribeiro: "A verborragia de Renato Portaluppi é uma coisa que cansa"

O Grêmio conseguiu segurar o empate com o São Paulo e se classificar para a final da Copa do Brasil em um jogo no qual teve menos posse de bola que o adversário e atuou para não correr riscos, tendo êxito na estratégia, mas na entrevista após o jogo, o técnico Renato Portaluppi fez uma analogia com paquera e com teor considerado de machismo para abordar a questão de seu time ter menos a bola no jogo do Morumbi.

No podcast Posse de Bola #87, Arnaldo Ribeiro critica a comparação feita pelo treinador do Grêmio e diz que alguns termos utilizados por ele não cabem mais, assim como um pouco da postura de seu time em algumas circunstâncias, o que acaba por deixar de lado até mesmo o mérito do finalista.

"Acho algumas coisas desnecessárias, a verborragia do Renato é uma coisa que já cansa, a analogia que ele faz com mulher indo para o motel, já é uma coisa que não cabe com a posse de bola, uma coisa que não cabe, não dá mais para dar risadinha em relação a isso", afirma Arnaldo.

"O fato de os jogadores se jogarem a todo momento e simularem contusões, enrolarem, também é uma coisa que não seria necessário a entrevista do Renato sobre a posse de bola e nem jogador caído no chão por 12 horas, fingindo, não era necessário, porque o Grêmio já tinha engolido taticamente o São Paulo. Isso em vez de aumentar o feito, as marcas do Renato na conquista, dilui um pouco", completa.

Diniz só tem plano A e o São Paulo precisa de reação imediata

Arnaldo Ribeiro também destaca como o Grêmio consegue mudar a sua forma de jogar de acordo com a necessidade e vê esta falta de um plano B como um problema para o São Paulo de Fernando Diniz, que tem conseguido jogar bem quando consegue manter seu padrão sem ser testado pelo adversário.

"O São Paulo só tem plano A, o Diniz só tem um plano A, ele vem aperfeiçoando muito bem o plano A dele, é o melhor momento dele na carreira e do time dele, só que ele nunca consegue se adaptar às circunstâncias do adversário e isso é um problema. Talvez isso se dilua em um campeonato de pontos corridos com 38 rodadas, com adversários diferentes, mas em um confronto contra times específicos o Diniz nunca recorreu até agora a um plano B e ontem ele teria que recorrer a um plano B e não conseguiu", diz Arnaldo.

O jornalista considera que dentre as eliminações sofridas pelo São Paulo na temporada atual, a diante do Grêmio foi a menos impactante devido ao adversário e as circunstâncias, mas ressalta a necessidade de reagir rapidamente, como o time de Diniz já conseguiu fazer outras vezes quando caiu na Libertadores e na Sul-Americana.

"Ele caiu de fato na armadilha do Grêmio e não soube sair. Agora, das sequelas, o Diniz e o São Paulo do Diniz foram eliminados de várias competições em 2020, a Copa do Brasil só foi uma delas, talvez tenha sido a eliminação menos impactante no sentido de que foi eliminado por um rival importante, do mesmo tamanho, que sabe jogar esse tipo de jogo", diz Arnaldo.

"Nas outras vezes, nas eliminações, o São Paulo soube reagir bem até em termos de mantendo a questão do Brasileiro sempre, foi assim quando foi eliminado da fase de grupos da Libertadores, assim como foi eliminado pelo Lanús na Sul-Americana. E agora o São Paulo tem que ter uma reação rápida, porém, agora fica aquela situação da única possibilidade", conclui.

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