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Campeã olímpica, americana revela em livro problemas com drogas, bulimia e automutilação

Amanda Beard posa com pôster durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 - Jewel SAMAD/AFP
Amanda Beard posa com pôster durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 Imagem: Jewel SAMAD/AFP

Das agências internacionais, em Nova York (EUA)

16/04/2012 22h32

A nadadora Amanda Beard, bicampeã olímpica, resolveu contar a história de sua vida em um livro. Na obra "Dentro da Água Eles Não Podem Ver Você Chorar", a americana revela um "inferno astral" que viveu, com problemas ligados às drogas, bebidas, bulimia e até automutilação. 
 
Vencedora do 4 x 100m medley e dos 200 m peito em Atlanta-1996, Beard, famosa por posar para as fotos no pódio com um ursinho de pelúcia e também por sua beleza, começou a passar por essa crise ao mesmo tempo em que crescia profissionalmente. 
 
Em um dos momentos mais graves, ela relata que sofreu com bulimia, uma disfunção alimentar. Comia e, sentindo-se "culpada" e tentando emagrecer, forçava o vômito e fazia uso de laxantes. A nadadora, que posou nua para a Playboy, passou a se envolver com drogas e álcool depois de não conseguir lidar com a separação de seus pais. Mesmo depois de ser campeã olímpica e conquistar medalhas em Mundiais, ela piorou psicologicamente e passou a se cortar com lâminas.
 
"Minha esperança com esse livro é que ele possa dar voz às pessoas que estão lidando com as mesmas questões. Pessoas chegaram até mim e me contaram que minha história serviu de inspiração para elas. Não importa o que digam, já toquei pessoas com o livro, e isso importa", falou a americana, que também se envolveu com drogas como cocaína, ecstasy e LSD, que, segundo ela, usava para aliviar a pressão por resultados, especialmente após a Olimpíada de Sydney-2000.
 
Hoje, Beard, com 30 anos, superou os problemas do passado, está casada e com um filho pequeno. Não usa nenhum remédio e está curada da depressão com a qual sofreu durante alguns anos.
 
"Agora, não batalho contra a depressão e não tomo remédio. Eu me sinto confiante hoje em dia. Tenho um ótimo marido, um filho maravilhoso. Mas a realidade é que a vida é cheia de lutas e dificuldades, e nós as tratamos como tragédias. Em vez de lidar com os problemas de forma doentia, aprendi outras formas de lidar [com eles]", disse.
 
A fase ruim não fez Beard desistir da natação. Atualmente, continua treinando firme para tentar se classificar e integrar a equipe dos Estados Unidos nos Jogos de  Londres, neste ano, o que a colocaria em um seleto grupo de atletas que disputaram cinco Olimpíadas. "Ser mãe e atleta em tempo integral tem alguns momentos cansativos, claro. Mas eu me sinto abençoada."