Palmeiras: Savério cobra 'paridade de armas' em corrida à presidência
O mês de novembro terá grande importância para o Palmeiras, além do âmbito esportivo. No dia 24, o associado do clube participará da eleição presidencial para definir que será o gestor do clube no triênio 2025 a 2027. Tentando reeleição, Leila Pereira concorre com Savério Orlandi, candidato da oposição.
A chapa de ambos os candidatos foram aprovadas pelo Conselho do clube, em filtro realizado no último dia 14 de agosto. Em entrevista à Gazeta Esportiva, Savério comentou sobre os votos recebidos para levar a candidatura adiante e citou a concorrência com Leila Pereira, cobrando "paridade de armas" na corrida eleitoral.
"Foi uma votação relevante, eu acho que nós tivemos uma votação expressiva, se você considerar que a gente teve um terço do Conselho. O Conselho hoje são 288 nomes, e nós tivemos 85, o que significa 1/3 do Conselho. A adversária teve 168 votos, e a gente tem que lembrar que só de diretoria ela tem 160 (votos). Então, quase que a totalidade são pessoas que estão relacionadas à diretoria. Diretoria, membros do COF que são apoiadores dela, os vice-presidentes. Se você pegar todo esse contingente em cargo de direção, de alinhamento com a direção oficial, são esses votos que ela teve. Eu acho que foi um número bastante interessante, estávamos com essa expectativa mesmo de fazer esse número, que é o grupo que vem vindo. Após isso, é um trabalho cada vez mais intenso", disse.
Leila Pereira assumiu a cadeira da presidência do Palmeiras em 15 de dezembro de 2021. Na oportunidade, ela foi candidata única e recebeu 1.897 votos de 2.141 possíveis. Em sua atual campanha tentando a reeleição, Leila Pereira tem usado as estruturas do clube social para interagir com potenciais eleitores e tem montado lá um estande de sua campanha.
À oposição também foi permitida que tivesse esse espaço no clube. Savério, porém, questiona as condições dadas para isso acontecer. Em entrevista ele citou o curto espaço de tempo entre a reunião convocada para definir essas questões, além das condições, financeira, principalmente.
"Passamos pelo filtro e na data da eleição do filtro, fomos convocados para uma reunião logo no dia seguinte para disciplinar como ia se dar as regras da eleição. Fomos chamados no dia 15. Sempre que você fala em eleição, em prazos eleitorais, eles se contam muito rapidamente. Então até o dia 24 são justamente uns 40 dias até a eleição. Não é que propriamente a gente foi chamado para um debate nessa reunião do dia 15, eu até estive presente, não sozinho, mas também com outro representante da chapa, um dos candidatos a vice, e foram praticamente impostas determinadas regras, não houve um debate. A gente até discutiu em cima disso, que não seria salutar para o Palmeiras que nós fizéssemos altos investimentos numa eleição porque, afinal de contas, é uma associação esportiva, é um clube. A forma de divulgação, de propaganda, tem que se dar de uma outra forma, não de uma forma muito ostensiva. Em segundo lugar, a gente falou muito que deveria ter uma condição de razoabilidade e de paridade de armas que fosse possível a um e a outro as mesmas coisas", declarou.
"Então, essas regras que foram impostas, porque já haviam modelo que estava definido, com essas com essas sugestões que não eram propriamente sugestões, era como se fosse uma imposição. Tanto que logo na sequência o estande foi montado. Foi nos permitido um estande desse, mas foi colocado um custo de R$ 50 mil nesses 40 dias que eu falei que vai durar a campanha. Nós até avaliamos se era o caso de ter ou não ter, mas a gente precisava entender, pedimos ao presidente do CD (Conselho Deliberativo), que é quem conduz o processo eleitoral, que se apresentasse uma composição desse custo de R$ 50 mil. Do que nós estamos falando, de montagem ou desmontagem, mas a gente não recebeu. Então, a gente até pode pode ficar autorizado a pensar que já tinha um modelo que eles fariam para campanha deles e, para não dizer que não permitiram, nos autorizaram a fazer, mas desde que fosse igual. Acabou que a gente não tem esse estande nesse momento, só ela que tem", seguiu.
"Nós estamos passando por uma outra dificuldade interna dentro do clube porque o Palmeiras não tem um regramento eleitoral, não tem um um código eleitoral, não tem uma legislação, não tem normas eleitorais. O Estatuto do Palmeiras prevê, de forma geral, como se dão as eleições no clube, mas não tem a regra, não desce um ou dois degraus para falar exatamente como funciona uma eleição. Questão de propaganda, questão de horário, o que pode o que não pode. Isso nem deveria constar mesmo no Estatuto. O Estatuto tem que falar quanto tempo ela ocorre, quem vota e quem não vota. E você tem que ter um regimento, um código eleitoral, normas, enfim... o nome que se dê, para organizar isso. O Palmeiras, não tem. Então, em função disso, a gente está tendo uma outra dificuldade. Foram determinados alguns investimentos para que se a gente quisesse utilizar as instalações do clube para fazer os nossos eventos, e aí tem um certo impasse com algumas questões dessas regras. Enquanto isso não se define, a gente continua com a campanha, comparecendo ao clube, divulgando as nossas propostas. É um trabalho que está bastante intenso em andamento", seguiu.
Nesse contexto, à Gazeta Esportiva, Savério revelou que ainda discute com o Conselho Deliberativo do clube essa questão. O candidato contou que a divulgação de seu plano de gestão também acontece dentro do clube, com reuniões com associados e membros da chapa "Palmeiras, Minha Vida É Você", composta por Luiz Osvaldo Pastore (primeiro vice), Roberto Silva (segundo vice), Luciana Santilli (terceira vice) e Felipe Giocondo (quarto vice).
A chapa de Leila, por sua vez é a "Palmeiras Campeão" e conta com Maria Teresa Bellangero (primeira vice), Paulo Buosi (segundo vice), Everaldo Coelho (terceiro vice) e Marcio Martin (quarto vice).
"Uma situação é em relação ao que foi imposto a nós, a gente ainda está discutindo e procurando caminhos para discutir isso com o Presidente do Conselho. Nós, inclusive, fizemos uma notificação no final da semana passada, na última sexta-feira, para que ele se manifestasse sobre um outro ponto porque para nós é importante que tenha uma igualdade de condição entre todo mundo. Independente disso, que é um questionamento dentro dos nossos direitos, dentro do que o Estatuto permite que a gente faça, não é nada fora do comum estar questionando. Por exemplo, nessa reunião ficou também acertado que ia se lavrar uma ata depois com as resoluções, e até hoje a gente não teve essa ata. Então, isso é uma coisa que é o questionamento normal dentro de um processo eleitoral que a chapa está fazendo. Até porque, além de nós, que somos os componentes da chapa, nós representamos um grupo grande, e as pessoas desse grupo também não concordam. A gente está se movimentando nesse sentido", disse.
"Ao lado disso, com as condições que temos e com aquilo que nos é possível, a gente tá fazendo a nossa campanha, afinal somos sócios do clube, a gente pode ir lá no final de semana, como temos feito, ou em outros momentos durante a semana, ouvir o associado, reunir o nosso grupo para que tenha se identificação conosco. Isso está sendo feito já, a bem da verdade, desde semanas anteriores à realização do filtro, desde o lançamento efetivo da chapa, no aniversário do Palmeiras, no final de agosto. E agora está se intensificando todo o final de semana. São dois movimentos diferentes: um que a gente cobra do do condutor do processo eleitoral, que é o presidente do CD, efetiva paridade de armas e razoabilidade, e a outra é a campanha que está na rua, que a gente tem sentido bastante reciprocidade. A gente tem falado com muitas pessoas, muitas pessoas que vêm nos procurar, que tem nos identificado lá agora como o grupo que concorre na eleição. A gente fez uma pesquisa ampla também com alguns associados a respeito de proposições, temos um plano muito detalhado para o associado, e estamos divulgando. Tem um trabalho bastante efetivo rolando", finalizou à Gazeta Esportiva.
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