
O Campeonato Carioca tem um debutante em sua elite. Trata-se do Maricá, que estreia neste sábado (11), às 16h, contra o Botafogo. O jovem clube da Região dos Lagos, fundado em 2017, tem como principal atração o técnico Reinaldo, ex-atacante de Flamengo, São Paulo, Santos, PSG e do próprio Alvinegro, entre outros.
Seu mascote é o "Lobisomem do Bambuí", inspirado numa história folclórica da região e que promete inspirar a equipe para "amedrontar" os adversários.
Bambuí é um bairro afastado do Centro, entre o Espraiado e a praia de Cordeirinho. E tem uma área meio rural onde dizem que o lobisomem aparece nas noites de lua cheia. E essa lenda virou até um funk de um famoso MC da cidade, o Meia Noite. Essa história foi a inspiração para a mascote, que vai assombrar nossos adversários Douglas Oliveira, diretor de futebol do Maricá
"Pato novo não mergulha fundo"

Caçula em meios às tradicionais equipes do estado, o "Tsunami" - como é apelidado o time - chega na Série A carioca com um discurso "pés no chão" e inspirado em um ditado popular.
Classificação e jogos
Eu tenho uma frase que eu falo em tudo quanto é lugar: pato novo não dá mergulho fundo. Então assim, a gente chega, quer fazer um papel bonito e acredita no nosso trabalho. A gente trabalha para caramba. Pode ter gente que trabalhe tanto quanto a gente, porém mais alto que nós, não tem Arlen Pereira, presidente do Maricá, ao UOL
'Daqui a 8 anos Reinaldo estará na 1ª prateleira dos técnicos'
Reinaldo iniciou sua carreira como treinador em 2020, após se aposentar como jogador no ano anterior. Ele teve a primeira oportunidade no Inter de Lages (SC). Em 2022, foi para o Carlos Renaux, também de Santa Catarina.
Porém, foi a partir da chegada no Maricá, em março de 2023, que o ex-atacante passou a ter destaque. Ano passado, além de conseguir o acesso sendo campeão da Série A2, ele também conquistou a Copa Rio.
Eu era fã do Reinaldo enquanto jogador. Tenho muitas histórias para falar do Reinaldo enquanto eu era fã. E hoje posso dizer que Reinaldo é meu amigo. É um cara trabalhador, humilde, competente. É muito obstinado, que busca o aprendizado constante. Posso cravar aqui: em oito, dez anos, o Reinaldo estará na primeira prateleira de treinadores do futebol brasileiro Arlen Pereira, presidente do Maricá
Homem que o "descobriu" para o futebol o levou para o Maricá
A curiosidade neste casamento entre Reinaldo e Maricá é que o diretor de futebol, Douglas Oliveira, é o mesmo homem que tanto o "descobriu" como jogador e o levou para as divisões de base do Flamengo como foi o que lhe deu a oportunidade para ser treinador do Maricá.
"É uma história de filme isso. O Douglas Oliveira é um cara que faz um trabalho magnífico, coordena todo nosso futebol, é o cara que ajuda a pensar, com passagem na base do Botafogo, é morador de Maricá. Ele foi o primeiro técnico, o cara que descobriu o Reinaldo para o futebol, que fez o Reinaldo ir pro Flamengo", diz Arlen.
Douglas Oliveira lembra que o início de Reinaldo no Maricá foi difícil. Mesmo assim, manteve a convicção de que ele daria certo.
Deu muito certo. O maior acerto foi a permanência dele quando o time brigou contra o rebaixamento na Série A2, em 2023. Apesar dos maus resultados naquele ano, a diretoria entendeu que o trabalho dele era sério e consistente. E isso foi fundamental para as conquistas de 2024. Reinaldo é um treinador ainda relativamente novo na carreira e que tem um futuro promissor pela frente. O projeto é que fique por muito tempo em Maricá Douglas Oliveira, diretor de futebol do Maricá
Disputará a Série D e tem melhorado a estrutura
O Maricá também irá estrear na Série D do Campeonato Brasileiro deste ano. A vaga foi conquistada por conta do título da Copa Rio. Ainda com estrutura modesta, o clube tem investido aos poucos para melhorar as condições aos jogadores e tem também recebido ajuda do poder municipal.
Recentemente, a prefeitura inaugurou o estádio João Saldanha, uma homenagem ao icônico jornalista que possuía uma casa de veraneio na região. Ele tem capacidade para três mil pessoas e só não receberá os grandes no Estadual.
A folha do elenco gira na casa dos R$ 550 mil/mês. Metade dos recursos é de patrocínios e a outra de transferências, direitos de transmissão e vendas de produtos oficiais.
Entrevista com Douglas Oliveira, diretor de futebol do Maricá
UOL: Qual é a expectativa para a primeira participação na elite do Carioca?
Douglas Oliveira: "A melhor possível. A diretoria manteve o técnico Reinaldo e 80% do elenco que conquistou a Tríplice Coroa em 2024: a Taça Santos Dumont, primeiro turno da Série A2, o título da própria Série A2, o que garantiu o acesso à primeira divisão do Carioca e a Copa Rio. Além disso, trouxe 11 reforços, sendo quatro deles estrangeiros. Com isso montou um elenco qualificado e preparado para disputar o campeonato. A meta é a manutenção na elite do Cariocão. E, se possível, chegar à semifinal".
UOL: E como está o planejamento para a Série D?
Douglas Oliveira: "O elenco foi montado para disputar toda a temporada. Os contratos vão até o final do ano. Com isso, o Maricá FC tem um time capaz de desempenhar um bom papel no Carioca e brigar pelo acesso à Série C do Brasileiro. O pilar fundamental desse planejamento foi a manutenção do técnico Reinaldo, que vai para o terceiro ano no clube".
UOL: Como foi a negociação com os jogadores estrangeiros recém-chegados?
Douglas Oliveira: "A ideia era trazer jogadores com experiência na Europa, México e América do Sul para qualificar o elenco e ajudar no desenvolvimento dos jovens valores do time. E eles também queriam jogar no Brasil por conta da visibilidade que o País oferece. Os salários oferecidos foram atrativos para eles. São jogadores revelados em grandes clubes como o Boca Juniors e com passagens por seleções de base da Argentina e Equador. O Maricá FC quis inovar e sair dos mesmos nomes de sempre que ficam rodando pelos times de menor expressão do Rio e do Brasil".
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