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Diego Alves cita tática para "entrar na mente" em pênalti decisivo pelo Fla

Diego Alves defende pênalti durante a Supercopa do Brasil entre Flamengo e Palmeiras - Buda Mendes/Getty Images
Diego Alves defende pênalti durante a Supercopa do Brasil entre Flamengo e Palmeiras Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/04/2021 04h00

Herói do Flamengo na conquista do bicampeonato da Supercopa do Brasil no domingo (11), o goleiro Diego Alves viveu um dia saboroso após ser protagonista em mais uma conquista rubro-negra.

O camisa 1, que defendeu três pênaltis na decisão contra o Palmeiras, não negou que tenha "catimbado" antes da cobrança de Danilo, que poderia ter liquidado a fatura a favor do Verdão.

O rubro-negro ganhou tempo antes da batida do jovem meio-campista palmeirense e diz que essa estratégia foi decisiva para que conseguisse tirar seu time de uma situação que parecia irreversível. Eles haviam desperdiçado duas cobranças, ficando em desvantagem por 3 a 1, e acabaram vencendo a disputa por 6 a 5.

"É um jogo, cada um com a sua estratégia e suas táticas. Teve muita gente que brincou que entrei na mente dele. Acho que deu certo", disse ele ao UOL Esporte.

Ao SporTV, o goleiro disse que criou a confusão por acreditar que Danilo estava em dúvida sobre onde bater.

"Eu já tinha dado um recado para o Danilo naquela bola, só que eu vi que ele tava com muita dúvida. Eu acho que ele não tinha certeza de onde iria chutar, e ele na verdade passou um pouco do limite, porque o Vuaden já tinha apitado", declarou o goleiro.

"Quando eu vi que já tinha passado o limite, que poderia também me prejudicar um pouco, no sentido de me desconcentrar, eu falei: 'Pera aí, Vuaden! Tá errado! Ele tem que bater'. Andei para frente, criei um pouco de confusão ali, porque acabou que desconcentrou ele, voltou a desconcentração. A gente tenta criar uma cena para dar certo, e dessa vez acho que saiu bem", finalizou.

Para "entrar na mente" dos adversários, aliás, o experiente goleiro já tem um atalho, diga-se. Que é o seu próprio currículo. Estamos falando de alguém que pegou mais de 40% de pênaltis na carreira - pelo Flamengo, o número é menor mas ainda bastante relevante (28,2%).

Bicampeão da Supercopa, Diego se firma como um dos maiores goleiros da história rubro-negra, e não só pelo que faz na hora das penalidades. Durante o eletrizante confronto com o Palmeiras, ele fez boas defesas, em contraponto ao arqueiro palmeirense Weverton, rotineiramente convocado para a seleção brasileira.

Para se igualar a Raul Plassmann, goleiro campeão mundial pelo Fla em 1981, o jogador usa uma espécie de amuleto para dar voltas olímpicas que já lhe reservam um lugar no panteão rubro-negro. Com a camisa amarela da sorte, ele repete o ídolo na trilha das conquistas e também na moda.

"O mais importante é que nós seguimos com a fome de conquistas, pois o Flamengo vive de suas glórias. Estar na história do clube é algo muito especial. Não é uma superstição, não (camisa amarela), mas uma tradição. A amarelinha é a armadura", festejou.

"Vivi mais um grande dia com a camisa do Flamengo. Sem dúvidas foi um dia muito especial, com muita adrenalina e mais uma conquista", completou o jogador de 35 anos que, em 2020, teve uma complicada e longa negociação para renovar seu contrato com o clube, enquanto lidava com problemas físicos.

O vínculo tem validade até o fim desta temporada. Líderes do elenco e o técnico Rogério Ceni fizeram coro por sua permanência, enquanto o garoto Hugo Souza ganhava cartaz. Contra o Palmeiras, mostrou mais uma vez que valeu a pena —depois do bicampeonato brasileiro, da conquista da Libertadores e de outras taças.

Após mais uma volta olímpica, o elenco volta suas atenções para o tricampeonato do Carioca. Em jogo remarcado para quinta (15), o Fla encara o arquirrival Vasco, às 21h, no Maracanã.

Diego Alves, na hora do pênalti - Alexandre Vidal / Flamengo - Alexandre Vidal / Flamengo
Diego Alves, do Flamengo, durante cobrança de pênalti de Raphael Veiga
Imagem: Alexandre Vidal / Flamengo