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Como Michel Araújo virou peça-chave de mudança do Flu de Odair Hellmann

Michel Araújo foi a peça-chave da mudança de figura do Fluminense de Odair Hellmann - Lucas Merçon/Fluminense FC
Michel Araújo foi a peça-chave da mudança de figura do Fluminense de Odair Hellmann Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/08/2020 04h00

Se patinou no retorno do futebol após a paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus, o Fluminense parece ter encontrado o rumo sob o comando de Odair Hellmann. E um jogador em especial é a peça-chave para a mudança da equipe: o uruguaio Michel Araújo.

Contratado junto ao Racing, do Uruguai, o jogador de 23 anos foi o último a ficar à disposição do treinador. E começou como atacante, onde costumava atuar no futebol de seu país — por lá, chegou a jogar até de "falso 9". Com entrega e raça de sobra, Araújo foi recuado e virou um "vértice da trinca de meio-campistas", como Odair e a comissão técnica gostam de definir.

E a sua própria virada de chave veio no amistoso contra o Botafogo, quando marcou o gol da vitória em seu primeiro toque na bola. Já mais avançado em seu processo de adaptação, o jovem começou a desabrochar.

Depois do jogo, Michel virou sombra para Yago, que no novo formato da equipe não repetia as melhores atuações que teve no início do ano. Mais criativo e forte, bastou "pegar o jeito" de jogar no meio de campo que fez o time evoluir como um todo. E é por todo o campo que ele se destaca, justamente por conseguir fazer o elo entre o setor de criação e o ataque.

Mapa de calor de Michel Araújo mostra que uruguaio do Fluminense está em todos os lugares do campo - Reprodução/Sofascore - Reprodução/Sofascore
Mapa de calor de Michel Araújo mostra que uruguaio do Fluminense está em todos os lugares do campo
Imagem: Reprodução/Sofascore

Com Dodi já estabelecido como titular pelo lado esquerdo e Yuri substituindo Hudson à altura — inclusive deixando uma pulga atrás da orelha de Odair —, o Flu encaixou seu meio de campo e permitiu que Nenê voltasse a atuar mais solto.

O 4-1-4-1 que a equipe usa para se defender, após transições, varia também em um 4-3-1-2, onde os três homens dão sustentação para que o camisa 77 busque espaços vazios e explore as pontas.

Com Araújo como titular, o Fluminense venceu três jogos, empatou um e perdeu outro. Também por isso, desde então, o reposicionado Nenê, que voltou a jogar mais perto do gol, balançou as redes seis vezes e se tornou o artilheiro do futebol brasileiro na temporada com 15 gols.

Lado direito vira ponto forte

Não foi só de Araújo, mas também de Calegari que o Flu se aproveitou para evoluir em performance e resultados. Antes um problema da equipe com a saída de Gilberto para o Benfica, o lado direito virou ponto forte.

Calegari deu nova vida à lateral-direita do Fluminense  - Lucas Merçon/Fluminense FC - Lucas Merçon/Fluminense FC
Calegari deu nova vida à lateral-direita do Fluminense
Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Para a entrada da dupla, o criticado Igor Julião e o volante Yago deixaram a equipe. Além disso, Nenê deixou de iniciar os seus movimentos pela ponta direita em direção ao meio, começando de vez centralizado e com liberdade para flutuar. Nos espaços abertos, a juventude do novo titular da lateral-direita, aos 18 anos, e a força do uruguaio passaram a fazer do setor um foco de criação.

Um dos problemas na criação era justamente a insistência pelo lado oposto. Na esquerda, Egídio e Marcos Paulo estão em má fase, mas o camisa 11, também um pouco mais próximo do meio do campo e buscando sempre a tabela com Evanílson, já começa a dar sinais de melhora. Já o veterano lateral tem destoado do time, e se não fosse a ausência de um reserva — Orinho nem sequer faz parte dos planos — já teria sido barrado.

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