Quem é o ex-jogador do PSG que virou 'inimigo número 1' de Neymar e Messi?

Em menos de uma semana, o ex-meia Jérôme Rothen conseguiu comprar briga com duas das três maiores estrelas do elenco do Paris Saint-Germain.

Na última terça-feira, o hoje comentarista do canal francês RMC Sport detonou Neymar por estar prestes a completar 30 anos e continuar se comportando como um jovem inconsequente. "Ele está menos eficiente, envelhece, engorda sem parar e não tem o estilo de vida adequado".

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Dois dias depois, seu alvo foi Lionel Messi. De acordo com o analista, o colecionador de prêmios de melhor jogador do mundo tentou enganar a diretoria parisiense e o técnico Mauricio Pochettino ao esconder deles pelo maior tempo possível que havia testado positivo para covid-19.

Mas, afinal, quem é Rothen e por que suas opiniões têm desagradado tanta gente importante no clube mais poderoso do futebol francês?

O novo inimigo de Neymar e Messi foi um jogador de sucesso na terra de Michel Platini, Zinédine Zidane e Kylian Mbappé no começo dos anos 2000. Ele defendeu Caen, Troyes, Monaco, PSG, Bastia e teve duas experiências no exterior, uma na Escócia (Rangers) e outra na Turquia (Ankaragücü).

O melhor momento da carreira do meia que costumava jogar aberto pela esquerda aconteceu durante as duas temporadas em que defendeu o Monaco. Em 2003/04, ele foi o terceiro jogador que mais distribuiu assistências na Champions (seis) e teve um papel determinante no time que surpreendeu o mundo ao ser vice-campeão europeu.

Foi nesse período também que Rothen disputou a maior parte dos 13 jogos que fez com a camisa da seleção francesa. Ele participou da Copa das Confederações-2003 e também da Eurocopa-2004. Nas duas campanhas, no entanto, era um reserva pouco utilizado.

Depois da Champions em que mais brilhou, o meia recusou propostas de Barcelona, Chelsea, Juventus, Roma e Manchester United para jogar no PSG, seu time de coração. Sua contratação custou 11 milhões de euros (R$ 71 milhões), uma pequena fortuna para a época.

Apesar do investimento alto, Rothen não rendeu como esperado na capital francesa. Mesmo assim, ganhou três títulos por lá (duas Copas da França e uma Copa da Liga). Em 2009, foi emprestado ao Rangers e deu início à fase final da sua trajetória nos gramados.

Sua primeira grande polêmica aconteceu antes mesmo de pendurar as chuteiras. Na sua autobiografia, lançada em 2008, o meia relatou um episódio em que foi xingado em campo por Zidane, um herói nacional para os franceses, e contou que ficou decepcionado com seu ex-companheiro de seleção porque ele jamais o procurou para pedir desculpas.

Depois da aposentadoria, o ex-jogador encontrou espaço na imprensa esportiva e abraçou de vez o perfil provocador. Prova disso é o nome do podcast que apresenta na RMC: "Rothen s'enflamme" ("Rothen incendeia", em tradução livre para o português).

Mas o comentarista também já se deu mal por suas falas. Em 2019, ele chegou a ser suspenso da emissora onde trabalha por fazer comentários sexistas a respeito da forma física de Nájila Trindade, modelo que acusava Neymar de estupro. "Ele pode ter tudo o que quiser e pegou uma mulher de segunda divisão", disse, na época.

Apesar das críticas endereçadas por Rothen aos astros do PSG, a equipe parisiense tem nadado de braçadas na liderança do Campeonato Francês. Os comandados de Pochettino somaram 46 pontos nas primeiras 19 rodadas da competição e têm 13 de vantagem para o seu oponente mais próximo, Nice.

Neste fim de semana, o time tem pela frente um dos seus compromissos mais difíceis da temporada nacional: o clássico contra o Lyon, fora de casa. Ainda se recuperando de lesão, Neymar não participará do jogo de amanhã. Já Messi deve voltar a ser escalado depois de apresentar um teste negativo para covid-19.

A expectativa em Paris é que o time esteja 100% nos eixos e com força máxima até o aguardado primeiro confronto das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, contra o Real Madrid, no dia 15 do próximo mês.