Não importa quem mentiu. Federação e CBF têm de criar regras
A troca de acusações entre São Paulo e Palmeiras só indica que é necessário criar regras claras para as entrevistas coletivas, uso de vestiário, manuais de hospitalidade dos times locais em relação a seus visitantes.
Entrevistas coletivas em finais de Copas do Mundo e Champions League são sempre nas mesmas salas de imprensa. Há tempo cronometrado e máximo previsto para o início das conferências, tempo determinado para sua duração e espaço delimitado para que um treinador sai e outro entre no recinto. Não dá confusão. Está no regulamento.
Não se vê Josep Guardiola nem Jurgen Klopp se recusando a passar pelas áreas de flash interview, nem pelas conferências de imprensa. Recusa injustificada é multa.
O São Paulo recebeu a sua da Federação Paulista, por não ter disponibilizado a sala de entrevistas para o Palmeiras. O valor é ridículo: R$ 5 mil. ;Ao menos serve como símbolo de que não se vai acetar mais este tipo de comportamento.
A resposta tricolor apresenta uma fotografia da conferência de outubro do ano passado, no Allianz Parque, com jornalistas sentados no chão, num espaço que o Palmeiras reconhece não ter sido o ideal, mas, na versão palmeirense, oferecido, porque o São Paulo não quis esperar a conferência de Abel Ferreira, para utilizar o mesmo espaço.
A imagem é constrangedora de jornalistas espalhados, com suas câmeras, microfones e computadores pelo chão. Evidencia que a vítima não é nem o São Paulo nem o Palmeiras, mas a imprensa e o futebol.
No ano passado, Leila Pereira vetou entrevistas coletivas de técnico e jogadores do Palmeiras por três partidas. Seria inaceitável em Copa do Mundo, Libertadores ou Champions League. Ao cancelar as entrevistas, impede-se a divulgação das imagens de patrocinadores, desrespeita-se o contrato com os detentores de direitos de transmissão e, em última análise, não se dá satisfação à opinião pública.
Ainda que um clube, atualmente, possa dizer que se comunica por meio de suas redes sociais, a imprensa dá aos cidadãos a chance do ouvir o contraditório, não a visão que a instituição quer passar.
Só o que resolve o problema é colocar no regulamento. A Federação Paulista colocou e o São Paulo descumpriu. Quando chegar o Brasileiro e as regras da CBF não forem iguais, vai haver mais guerra.
Antissociais no twitter criticam quem defende que São Paulo e Palmeiras não se comportem como inimigos, mas como adversários. Este blog não vai disseminar o ódio.
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