O festival de ideias estúpidas de quem não quer combater a violência
O ônibus do Bahia foi alvejado por pedras que atingiram o goleiro Danilo Fernandes no dia 22 de fevereiro de 2022. A data é para não se esquecer: 22/2/22! Mas parecia esquecida a ponto de haver novo atentado, desta vez contra o veículo que levava os jogadores do Fortaleza, alvo de bombas e pedras.
Nos dias seguintes ao caso da Fonte Nova, Bahia x Sampaio Corrêa, o governador da Bahia, Rui Costa, prometeu rigor e punir todos os irresponsáveis.
Quatro meses depois, o inquérito denunciou lesão corporal leve.
Leve? Danilo Fernandes poderia ter morrido com uma pedrada na cabeça.
Na quinta-feira seguinte ao atentado contra o ônibus do Fortaleza, o presidente da Federação Pernambucana deu uma das ideias mais estúpidas já registradas no Brasil, desde Pedro Álvares Cabral: "Torcida única no país inteiro."
Ora, e por uma acaso havia torcida rival quando se atacou o ônibus dos jogadores, na estrada entre São Lourenço da Mata e o Recife? Lembre-se de que o primeiro Palmeiras x Corinthians com uma torcida só teve morte de torcedor a cinco quilômetros de distância do estádio, onde não havia corintianos.
Marcelo Paz, CEO do Fortaleza SAF, relata ter recebido inúmeros telefonemas de colegas dirigentes de clubes. Até o início da noite de quinta-feira, Ednaldo Rodrigues não tinha telefonado.
Mais indignação do que com isto, só com a ideia apresentada por um conselheiro, certamente de boa intenção: "Presidente, o senhor é tão inovador, que precisa criar mais uma atuação de vanguarda: o Fortaleza deve andar em ônibus blindados!"
Meu Deus!
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