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Seu time não é freguês! Tabus e freguesias são seres vivos e mudam de lado

O excelente levantamento feito pela equipe do Uol Esporte das maiores freguesias deste momento revela a verdade deste ciclo.

Mas o futebol tem épocas diferentes e times que hoje são fortes foram fracos no passado.

Por exemplo, a maior freguesia desta década, com 7 vitórias do Palmeiras, 7 empates e apenas uma vitória do Corinthians, desde 2020, inverte uma tendência de dez anos atrás. Entre 2009 e 2015, foram 17 dérbis, com 8 vitórias do Corinthians, 8 empates e uma vitória palmeirense.

O Palmeiras não era freguês. Era gestão Arnaldo Tirone e o time não estava bem, naquele período.

O mesmo vale para Flamengo x Vasco. Pense que os vascaínos não ganham uma decisão contra os rubro-negros desde 1988, tiveram três vice-campeões consecutivamente, entre 1999/2001, enquanto o Fla comemorava o tri em cima do rival.

Apesar disso, o maior tabu da história do Clássico dos Milhões aconteceu com 15 vitórias cruz-maltinas e cinco empates entre 1945 e 1951. Ah, mas faz muito tempo.... Sim, mas o Flamengo era freguês e não é mais.

Na edição 1060 da revista Placar, junho de 1991, o jornalista paraibano e vascaíno Moacir Japiassu contava a história de um jogo de botão em que flagrou seu filho tenso, jogando ele contra ele mesmo: "Quanto está o jogo?", perguntou o pai, na porta do quarto do filho. "Zero a zero", respondeu a criança, em tom solene. "Ora, o Vasco não ganha do Fluminense nunca. Então, faz logo um 10 x 0." E assim se fez o Vasco x Fluminense dos sonhos do Japi.

Poucos anos depois, era o Fluminense quem sofria para vencer o Vasco, como ainda hoje sofre. O Grêmio não vencia o Internacional na década de 1970. Foram 17 Grenais colorados, 10 vitórias e 7 empates. Na década de 2000, com Tite gremista, 13 clássicos sem vitórias coloradas. E mais onze, recentemente, terminada na época da pandemia, entre 2018 e 2021.

Freguesia é coisa boa e existe.

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Mas comemore enquanto persiste.

Porque uma hora muda de lado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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