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Olhar Olímpico

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Invicto na temporada, Piu coleciona mais de R$ 800 mil em prêmios

Alison Piu com o diamante conquistado após vencer a etapa de Zurique da Diamond League, no estádio Letzigrund. 08/08/2022 - FABRICE COFFRINI/AFP
Alison Piu com o diamante conquistado após vencer a etapa de Zurique da Diamond League, no estádio Letzigrund. 08/08/2022 Imagem: FABRICE COFFRINI/AFP

09/09/2022 04h00

110 barreiras depois, Alison 'Piu' dos Santos faz temporada perfeita no atletismo. Percorridos 4.400 metros, o brasileiro venceu todas as 11 provas que disputou nos 400m com barreiras, sempre no exterior. E, como recompensa por tão bom desempenho, coleciona ao menos US$ 160 mil em premiações (cerca de R$ 834 mil). Isso sem contar bônus de patrocinadores.

Atleta do Pinheiros, mas com base de treinamento em San Diego, nos Estados Unidos, Piu dedicou boa parte da temporada à Diamond League, circuito de principais meetings do calendário internacional. Venceu em Doha (Qatar), Eugene (EUA), Oslo (Noruega), Estocolmo (Suécia), Silésia (Polônia) e Bruxelas (Bélgica) antes da vitória na etapa final, em Zurique (Suíça), ontem (8).

Só por essas vitórias ele arrecadou US$ 90 mil em premiação, uma vez que a Diamond League paga US$ 10 mil para o vencedor de cada etapa e US$ 30 mil para o campeão da etapa final. Isso sem contar eventuais premiações, por parte dos organizadores, para quem bate recorde do meeting, algo que ele fez em Doha, Estocolmo, Silésia e Zurique.

Piu também saiu de bolso cheio do Campeonato Mundial, disputado em Eugene. Campeão dos 400m com barreiras, ele faturou um cheque de US$ 70 mil, distribuído a cada um dos vencedores das provas individuais. Juntando com a premiação da Diamond League, são US$ 160 mil, ou R$ 834 mil na cotação do dia.

E essa conta ainda pode aumentar porque, no ano passado, a Diamond League criou uma premiação para o atleta mais consistente de cada grupo de provas, no masculino e no feminino. Em 2021, cada um dos 10 premiados ganhou US$ 20 mil. Caso a premiação seja mantida, nas barreiras ela fatalmente será de Piu, já que nos 110m ninguém ganhou mais de duas provas.

Ainda que a temporada 2022 já tenha terminado para boa parte da elite do atletismo, Piu ainda vai competir mais uma vez, na segunda-feira (12), na cidade de Bellinzona, na Suíça.

Disparado o melhor

Piu já teve um desempenho excepcional nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado, quando foi medalhista de bronze superado pelo norueguês Karstem Warholm e pelo norte-americano Rai Benjamin. Os três fizeram três das melhores apresentações do atletismo em todos os tempos.

Mas Warholm, que bateu duas vezes o recorde mundial no ano passado, quase não competiu este ano. Ele se machucou em Rabat, em etapa da Diamond para a qual Piu não foi, e só voltou no Mundial, quando não estava 100%. Forçou demais na final e terminou só em sétimo. Depois, ganhou o Campeonato Europeu em Berlim (Alemanha). Benjamin também competiu pouco: foi segundo em Doha (atrás de Piu), venceu todas as baterias do fortíssimo campeonato norte-americano, e foi prata no Mundial.

Sem a concorrência direta dos dois, Piu sobrou. Na temporada da Diamond, todos os cinco melhores resultados foram de Piu. Só depois aparece Rai Benjamin, seguido por mais uma marca do brasileiro. Considerando todas as competições, Piu fez seis das 10 melhores marcas do ano.

Além das provas mais importantes, Piu ainda venceu o Drake Relays, nos Estados Unidos, em abril, quando iniciou a temporada. Ele também correu duas vezes os 400m rasos, sempre em provas fortes, conseguindo duas medalhas de prata, no USATF Golden Games, nos EUA, e no Grand Prix da Hungria. Mesmo sem focar na prova sem barreiras, ele é o 14º do ranking mundial.