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Piu fatura título da temporada da Diamond League e fecha 'ano perfeito'

Alison dos Santos venceu a etapa de Bruxelas da Diamond League nos 400m com barreiras. 2/9/2022 - JOHANNA GERON/REUTERS
Alison dos Santos venceu a etapa de Bruxelas da Diamond League nos 400m com barreiras. 2/9/2022 Imagem: JOHANNA GERON/REUTERS

08/09/2022 16h14

Campeão mundial, Alison 'Piu' dos Santos é agora também campeão da temporada da Diamond League nos 400m com barreiras. Invicto no ano, ele confirmou o favoritismo vencendo a etapa final do circuito disputada nesta quinta-feira (8) em Zurique, na Suíça. Muito à frente dos rivais, fechou com 46s98, correndo pela terceira vez no ano abaixo de 47 segundos.

A Diamond League (Liga Diamante) é o principal circuito de meetings de atletismo e, nesta temporada, teve 12 etapas classificatórias até esta final, em Zurique, para o qual se classificaram os melhores de cada prova nas etapas anteriores. Nos 400m com barreiras, por exemplo, competiram os oito melhores da temporada. No salto com vara, os seis.

No caso de Piu, foram seis vitórias nas seis provas quais participou, em Doha (Qatar), Eugene (EUA), Oslo (Noruega), Estocolmo (Suécia), Silésia (Polônia) e Bruxelas (Bélgica). Ele só não ganhou todas as etapas da temporada porque não foi a Rabat, no Marrocos.

O brasileiro sobrou em uma temporada que não contou com a participação do campeão e do vice-campeão olímpico de Tóquio-2020. Karstem Warholm, da Noruega, passou boa parte do ano machucado, voltou no Mundial, mas não estava 100%. E o norte-americano Rai Benjamin só correu a Diamond em Doha, onde foi segundo, atrás de Piu, em resultado que se repetiria no Mundial em julho.

Assim, Piu não teve concorrentes à sua altura na final de hoje (8). Passou a segunda barreira já em primeiro e, depois, foi só ampliando a vantagem. Terminou com 46s98, seguido do norte-americano Khallifah Rosser, que fez 47s59. Outro americano, CJ Allen, terminou em terceiro. Em toda a história dos 400m com barreiras, só outros três atletas fizeram tempos melhores que os 46s98 que Piu fez hoje: Warholm, Benjamin e Kevin Young, que foi recordista mundial por quase 30 anos.

Esta é só a terceira vez que um brasileiro conquista o troféu de campeão da Diamond League. Antes dele, só Fabiana Murer alcançou este feito, nas temporadas 2010 e 2014, quando as taças eram definidas só pela pontuação na temporada, sem uma final. Piu também já havia se junto a ela como únicos brasileiros campeões mundiais de atletismo.

Outros brasileiros

No total, quatro brasileiros participaram da etapa final em Zurique, que começou ontem e seguiu até hoje. O primeiro foi Almir Junior, que ficou em quinto entre os seis finalistas do salto triplo. Ele até fez o melhor salto dele na temporada, 17,10m, mas passou longe da disputa pelo pódio, que foi todo cubano: Andy Diaz Hernandez em primeiro com 17,70m, o naturalizado português Pedro Pichardo em segundo, com 17,63m, e Jordan Díaz Fortun em terceiro, com 17,60m.

Nos 110m com barreiras, Rafael Pereira, que fez boa temporada, com um segundo, um terceiro e um quinto lugares em três provas, não foi bem na final. Ele bateu na primeira barreira, tropeço na sexta, e terminou na nona e última colocação da prova, com 13s73. Grand Holloway ganhou para os EUA, seguido de dois jamaicanos: Rasheed Broadbell e Hansle Parchment.

Já na final do salto com vara, o desenho de Thiago Braz foi ruim. Ele só saltou 5,62m na terceira tentativa, teve a mesma dificuldade em 5,72m, e depois não conseguiu passar o sarrafo a 5,81m, terminando em sexto. Campeão olímpico na Rio-2016 e bronze em Tóquio-2020, Thiago mantém o tabu de nunca ter vencido uma etapa de Diamond League.