Herpes-zóster: por que você deve se preocupar com a doença depois dos 50
Você tem mais de 50 anos e teve catapora? Então saiba que você está no grupo de pessoas com maior risco de desenvolver uma doença extremamente dolorosa e que pode ter complicações graves e prolongadas: a herpes-zóster. Estima-se que um em cada três adultos vai desenvolvê-la em algum momento da vida.
Somente nas últimas semanas, três pessoas do meu círculo de conhecidos desenvolveram a doença, que também é conhecida popularmente como "cobreiro".
Zóster é uma infecção viral causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. Após uma infecção inicial de catapora —que praticamente todo mundo com mais de 50 teve na infância—, o vírus permanece inativo nos nervos do corpo e pode ser reativado décadas depois, resultando no herpes-zóster.
Os sintomas incluem erupção cutânea dolorosa e bolhas cheias de líquido em uma área específica do corpo, geralmente acompanhados de dor intensa e muita sensibilidade. Pode afetar o rosto, o tronco ou os braços, normalmente formando uma faixa de pequenas bolhas, seguindo um feixe de enervações.
Embora o herpes-zóster possa afetar pessoas de todas as idades, o risco aumenta significativamente com a idade. À medida que envelhecemos, nosso sistema imunológico enfraquece, tornando-nos mais suscetíveis a infecções virais, incluindo a reativação do vírus varicela-zóster.
Além disso, fatores como o estresse, doenças crônicas e certos medicamentos podem contribuir para o aumento do risco de desenvolver herpes-zóster. Os riscos também são mais elevados em pessoas imunocomprometidas, a exemplo das que vivem com HIV/Aids, transplantadas, pacientes com câncer e em uso de drogas imunossupressoras.
Embora muitas vezes seja vista como uma condição relativamente benigna, o herpes-zóster pode levar a complicações graves, especialmente em adultos mais velhos.
Neuralgia pós-herpética, uma condição caracterizada por dor crônica e debilitante que persiste após a resolução da erupção cutânea, é uma das complicações mais comuns e pode afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, o herpes-zóster pode causar danos permanentes aos nervos, resultando em problemas de mobilidade e sensibilidade. Quando acometem o rosto, atingem o nervo trigêmeo e, nos casos mais graves, podem provocar cegueira e surdez.
Prevenção e tratamento
A boa notícia é que já existem medidas que os adultos mais velhos podem tomar para reduzir o risco de desenvolver a doença. A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção, e a vacina é recomendada para pessoas com mais de 50 anos, assim como para os mais jovens que tenham o sistema imune enfraquecido.
A vacina pode não apenas reduzir o risco de desenvolver a doença, mas também ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas em caso de infecção. No Brasil, a vacina é oferecida em clínicas de vacinação particulares, em duas doses.
No caso de suspeita de infecção, procure um médico imediatamente, pois há tratamento com medicamentos, e é importante começar o tratamento precocemente para ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas.
Quem já teve a doença também pode ser vacinado para evitar uma reincidência. A SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) sugere que a vacinação seja realizada a partir de seis meses após um episódio agudo de herpes-zóster.
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