Menopausa pode aumentar os riscos e piorar asma: saiba como se proteger
Para as mulheres por volta dos 45, 50 anos, a menopausa não apenas marca uma transição significativa em termos hormonais, como também pode influenciar condições de saúde existentes. A asma é uma delas. Uma vítima famosa da doença nessa fase da vida foi a escritora Fernanda Young que, aos 49 anos, não resistiu a uma crise grave de asma, em 2019.
Uma pesquisa realizada por cientistas europeus sugere que mulheres que estão passando pela menopausa têm mais risco de desenvolver doenças respiratórias como a asma. Essa descoberta enfatiza a importância de uma vigilância atenta sobre a saúde respiratória durante essa fase da vida.
Doença inflamatória crônica das vias respiratórias, a asma é um dos problemas de saúde respiratória mais recorrentes no Brasil —a condição atinge cerca de 23% da população, de acordo com o Ministério da Saúde. O Dia Mundial de Combate à Asma, celebrado anualmente na primeira terça-feira do mês de maio, chama a atenção para a importância do controle da doença, que não tem cura.
A pesquisa analisou o funcionamento pulmonar de 1.200 mulheres, que também responderam a um questionário sobre a saúde respiratória. Os cientistas mediram ainda o nível dos hormônios nas mulheres que tinham entre 45 e 56 anos.
Os resultados apontam que as mulheres que não menstruaram em um período de seis meses apresentavam pior funcionamento dos pulmões e mais sintomas de problemas respiratórios. Este declínio no funcionamento pulmonar está intimamente ligado à queda dos níveis do hormônio estrogênio, uma característica marcante da menopausa.
"O aumento dos problemas respiratórios se deve à queda dos níveis do hormônio estrogênio", explicam os pesquisadores, destacando assim a influência dos fatores hormonais na saúde respiratória das mulheres durante a menopausa.
Esse estudo, publicado na revista científica Journal of Allergy and Clinical Immunology, ressalta a necessidade de uma abordagem mais atenta e personalizada no tratamento de mulheres no climatério.
Compromisso com o tratamento
"A asma grave é uma realidade para uma parcela significativa dos pacientes. Dos pacientes com asma, 20% têm asma grave, e desses, de 2% a 5% precisam de tratamento imunobiológico para controlar melhor. E esse perfil em geral é de mulheres mais velhas", destaca a médica pneumologista Angela Honda.
A especialista alerta que a asma é uma condição crônica que exige cuidados contínuos ao longo da vida. Mesmo para aqueles com formas mais leves da doença, é fundamental manter o tratamento de manutenção e seguir as orientações médicas de forma consistente.
Muitas vezes, a falta de adesão ao tratamento pode levar a crises graves e até mesmo colocar a vida em risco. Portanto, é importante estar preparada para lidar com uma crise, entendendo os sinais de alerta e sabendo como agir rapidamente.
Cuidados especiais
"Todo paciente com asma precisa lembrar que é uma doença inflamatória, precisamos tratar com anti-inflamatório. É necessário usar corticoide inalatório", diz Honda.
Além disso, é preciso ter cuidado constante com condições do ambiente que desencadeiam as crises: contato com fumaça de cigarro, ser tabagista, mofo, ácaro, pelos de animais, poeira doméstica, poluição, cheiros fortes, alteração de temperatura.
Portanto, se você sempre teve asma, ainda que leve, e está no climatério, vale a pena redobrar os cuidados nessa fase. Procure um especialista para saber se o tratamento de manutenção está adequado e tenha sempre em mãos o procedimento e medicamentos necessários para agir rápido em caso de uma crise maior.
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