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Homem espanca namorada grávida, não é preso e volta a agredi-la dias depois

Violência contra mulher - feminicídio - Alikaj2582/iStock
Violência contra mulher - feminicídio Imagem: Alikaj2582/iStock

Marcos Candido

De Universa

23/02/2020 17h34

Um homem suspeito de espancar e provocar aborto na namorada foi preso no sábado (14) pela agressão. Durante a semana, o suspeito de 22 anos prestou depoimento, foi liberado e voltou a agredi-la neste domingo (23). Segundo a Polícia Civil, o primeiro espancamento teria feito a mulher sofrer um aborto de uma gestação de três meses. O caso aconteceu na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo.

De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher de 25 anos teria encontrado o namorado com uma amante na casa onde moram. Houve bate-boca e ele a agrediu. Ela foi encaminhada à Santa Casa de Sertãozinho. Após a agressão, a gestante sofreu um aborto.

Até o fechamento desta reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não informou o motivo da liberdade do suspeito, que só foi preso neste domingo (23), em flagrante, após repetir as agressões e ser detido por vizinhos. Se o exame de delito constatar a morte em decorrência das agressões, o homem pode responder pelo crime de aborto.

Violência aumenta

O caso engrossa as estatísticas de violência contra a mulher no país. Entre 2017 e 2018, houve queda em relação a 10% no número de homicídios. Apesar disso, houve alta de 4% no número de feminicídios, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019. Em São Paulo, o aumento chegou a ser de 30%.

Na violência sofrida pela moradora de Sertãozinho, a família afirmou que o casal havia se reconciliado — o que especialistas chamam do "ciclo da violência". O agressor reata e promete que foi um deslize, só para intensificar ou cometer a violência novamente.