Mulheres mudam o visual para marcar momentos da vida; entenda

Para algumas mulheres, engatar ou terminar um relacionamento, ser promovida no trabalho ou entrar na faculdade são motivos suficientes para repaginar o visual. Segundo a psicóloga e terapeuta familiar Suzy Camacho, de São Paulo, por trás dessa atitude está a vontade de se sentir mais forte e segura para enfrentar uma nova etapa da vida, comemorar uma conquista ou romper com determinada situação, como um período de luto. “Não é regra, mas quanto mais impulsiva for a mulher mais radical costuma ser a mudança, pois há necessidade de mostrar rapidamente que algo está diferente”, diz a especialista.
Geralmente, o cabeleireiro é o primeiro a ser consultado sobre a transformação. “Pelo menos uma vez ao dia atendo uma cliente que quer muito mudar o corte ou a cor do cabelo, mas não somente para ficar mais bonita e, sim, para fazer as pazes com o parceiro, se sentir renovada e sexy ou parecer mais séria por conta do novo cargo”, conta o cabeleireiro Eron Araújo, do salão Blend Your Mind, em São Paulo. Segundo ele, como há muita expectativa em jogo é essencial que o profissional tenha uma conversa sincera com a cliente antes de partir para a tesoura, a tintura ou o alisamento. “Quando percebo que a mulher está passando por um momento delicado e quer usar a modificação como fuga, procuro convencê-la a não radicalizar porque o risco de se arrepender é grande”, completa o cabeleireiro Anderson Couto, do salão Majestic, no Rio de Janeiro.
Na dúvida, uma boa dica é consultar um visagista para avaliar se o que você quer está de acordo com suas características físicas e sua personalidade e se o resultado vai ficar harmonioso. “Com isso, são grandes as chances da mudança ser positiva e refletir o que está acontecendo na sua vida pessoal ou profissional”, afirma Patricia Porcyno, professora de visagismo da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
Muita calma nessa hora
"Sempre gostei de me maquiar, cuidar do cabelo e caprichar nos acessórios, mas tudo isso mudou depois que terminei um relacionamento longo e enfrentei alguns problemas pessoais. Para piorar engordei 20 quilos. O rumo dessa história começou a mudar no dia que minha prima me colocou diante do espelho e me mostrou o quanto eu tinha envelhecido. Foi o suficiente para me matricular numa academia, dar uma boa repicada no cabelo, voltar a me maquiar e mudar meu estilo de roupa. Mais do que melhorar a aparência, essas mudanças me deixaram feliz e me deram confiança para correr atrás dos meus sonhos." Jaqueline Assamann Vieira, 23 anos, estudante, de Campo Limpo Paulista (SP)
No ranking dos ‘divisores de água’, o segundo lugar vai para a balança. Neste caso, a iniciativa de emagrecer recebe o apoio dos médicos, desde, é claro, que a mulher não faça loucuras à mesa, como ficar muitas horas em jejum ou seguir uma dieta restritiva e pouco nutritiva. Na sequência vem o dermatologista e, por último, o cirurgião plástico.
Segundo o dermatologista Marcelo Bellini, professor-colaborador do Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo, muitas mulheres só conseguem perceber que foram displicentes com a imagem depois que passam por uma crise no relacionamento. “Nessas horas cabe ao profissional controlar a ansiedade da paciente, avaliar o que realmente precisa ser melhorado e planejar o tratamento respeitando a faixa etária e o estado de sua pele. Dependendo do caso, dá para obter bons resultados com procedimentos simples, como limpeza de pele e peeling, sem ter que apelar para outros métodos mais invasivos, caso do laser e do preenchimento”, afirma o médico.
Quando a opção é pela cirurgia plástica, as recomendações são bem parecidas. Mas o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, professor titular de cirurgia plástica do Instituto Carlos Chagas, do Rio de Janeiro, lembra que por mais simples que seja a operação sempre há riscos e, em caso de arrependimento, é muito mais difícil contornar a situação do que se a transformação estivesse limitada ao cabelo. “Quando a mulher chega ao consultório querendo fazer várias intervenções cirúrgicas e percebo que esse desejo está relacionado a alguma frustração, converso abertamente sobre o que é possível fazer e encaminho para a equipe de apoio psicológico. Se depois de tudo isso ela ainda estiver decidida em mudar, discuto novamente e proponho intervenções baseadas no bom senso”, diz o especialista.
Segundo a psicóloga Susy Camacho, todos esses cuidados são importantes, principalmente quando a decisão de transformar o corpo ou o rosto parte do desejo de impressionar outra pessoa. “Conheço mulheres que para atingir esse objetivo passaram a se endividar, adotar atitudes intensas, usar roupas inadequadas para a idade e acabaram sendo ridicularizadas”, conta. Quando essas mudanças vêm acompanhadas por períodos de euforia, alterações no humor ou instabilidade emocional, a psicóloga avisa que podem desencadear comportamentos compulsivos, como jogar, beber, comprar ou fumar demais. “Se a situação chegar a esse ponto, vale procurar ajuda psicológica a fim de conhecer seus objetivos e limitações”, completa Suzy Camacho.
E você, leitora, já passou por uma transformação de visual para marcar um momento da vida? Gostou do resultado? Aproveite o campo de comentários abaixo e conte-nos sobre sua experiência.
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