O reencontro de uma mãe com o filho retirado à força para adoção há 40 anos
André Kuik tinha apenas quatro meses quando foi adotado por um casal holandês. Ele nasceu na Indonésia e nunca havia conhecido os pais biólogicos.
Mas 40 anos depois Kuik conseguiu reencontrar sua mãe, Kartini. Ele viajou com a mulher à Indonésia.
Veja também
- Debora Maria quer justiça: "Você não cria filho para ser morto pelo Estado"
- "Fui acusada de erotizar minha filha", diz mãe de criança trans
- A culpa é sempre da mãe?
O reencontro foi emocionante. Além da mãe, Kuik conheceu o irmão, mais velho, e a irmã, mais nova.
"Estou feliz. Minha mãe está tão perto agora", diz. "Estou radiante. Meu filho perdido voltou. Posso finalmente vê-lo e abraçá-lo", responde a mãe biológica.
Mas Kuik teve que percorrer um longo caminho até reencontrá-la. "Sempre fui feliz e nunca tive problemas por ser adotado. Mas tinha curiosidade de onde vim", diz.
"Meu rosto se parece ao da minha mãe ou ao do meu pai? Tenho irmãos ou irmãs?", acrescenta.
Ele conta ter viajado à Indonésia pela primeira vez em 2013 "e, por isso, comecei a questionar as minhas origens".
A partir dos documentos de adoção, André soube que seus pais biológicos viviam em Lampung, na Indonésia.
"Meus pais adotivos sempre disseram que se quisesse voltar para meu país, me apoiariam", conta.
Em 2017, André pediu ajuda da Fundação Mijn Roots. O instituto levantou informações junto a pessoas que viviam com os pais biológicos dele.
Possíveis parentes foram descobertos e foi feito um exame de DNA. O teste deu positivo, revelando que Kartini era a mãe biológica de André.
Ela conta que nunca teve a intenção de desistir do filho. "Quando André nasceu, o pai dele queria abandoná-lo no hospital. Depois de uma semana, voltei ao hospital para ver meu bebê, mas eles não me permitiram", diz.
"Fui para casa e interpelei meu marido; então, tivemos uma briga. Como uma mãe não pode ver o próprio filho? Meu marido não respondia à minha pergunta", acrescenta.
Ainda é preciso, contudo, vencer a barreira do idioma. A família biológica de Kuik só fala javanês. "Falo javanês, e você fala uma língua estrangeira; vai ser difícil", diz a irmã.
"Não entendo. Ah, tenho que aprender javanês", replica Kuik.
Segundo Kartini, "nunca pensei que poderia ter meu filho de volta. Deus ouviu minhas preces". "Normalmente, uma criança desaparecida nunca reencontra a mãe", acrescenta.
Ninguém sabe o paradeiro do pai biológico de André, Theo Kohler. Tampouco se sabe como André chegou à Holanda.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.