Pele ao redor dos olhos é mais sensível e requer cuidados especiais

Com apenas 0.5 milímetros de espessura, a pele do contorno dos olhos é a primeira a denunciar os sinais do tempo. Além de ser bem fina -- o que a  torna mais sensível a raios solares, por exemplo --, a região é bastante vascularizada e com pouco colágeno.

“Há, ainda, o constante movimento de piscar os olhos e os vícios de expressão, que desgastam naturalmente”, afirma a dermatologista Íris Flório. Com toda essa fragilidade (somada a outros fatores), não é de se espantar que bolsas, rugas e olheiras sejam tão frequentes, não é mesmo?

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O creme para olhos não é o mesmo do rosto

A pele ao redor dos olhos precisa de cosméticos específicos, com fórmulas mais leves, menor concentração de ativos e textura ideal para tratar os sinais que costumam aparecer nessa área do rosto. Usar cremes faciais comuns pode causar irritações e alergias.

Como e quando aplicar 

Para melhores resultados, espalhe o produto com o dedo anelar (é mais fraco e garante aplicação delicada) em movimentos lineares do canto interno ao externo dos olhos, tanto nas pálpebras superiores quanto inferiores, e em pouca quantidade. “Já o hábito de dar batidinhas para ativar a circulação deve ser abandonado, já que pode aumentá-la e deixar a região mais arroxeada e inchada”, avisa Íris Flório. Cosméticos específicos para a região dos olhos devem ser aplicados diariamente, de manhã e à noite -- ou apenas à noite, dependendo da fórmula -- após a limpeza do rosto.

Antirrugas x clareador: pode usar ao mesmo tempo?

É melhor não. Dermatologistas explicam por que essa mistureba pode não funcionar: “Para que o creme clareador tenha boa penetração na pele, ela precisa estar limpa, higienizada e sem nenhum outro produto”, justifica a dermatologista Flávia Chehin. Para o dermatologista Jardis  Volpe, usar dois cosméticos ao mesmo tempo nessa região tão sensível é um excesso que não deve ser cometido. “Pode causar até mesmo irritações”, conta. Uma saída para quem sofre com rugas e olheiras é alternar o uso de cremes -- num dia, usar uma versão com ativos antissinais e, no outro, com ação clareadora. Outra alternativa é manipular uma fórmula com componentes que tratem ambos os problemas. 

Quando devo começar a usar cremes na região dos olhos?

Aos 20 anos, vale buscar um hidratante para evitar o ressecamento da região. A partir dos 25, cremes com ativos anti-aging, como vitamina C, ácido hialurônico e retinol entram na rotina de cuidados em concentrações que variam de acordo com a idade e a necessidade de cada pele.

A importância do filtro solar

A radiação UV é um dos principais fatores que contribuem para o envelhecimento das pálpebras -- e o filtro solar é protagonista na prevenção desse dano.  “Opte por versões fluidas, fáceis de espalhar e oftalmologicamente testadas para evitar reações”, alerta Íris Flório, que aproveita para lembrar que o produto deve ser usado todos os dias, com reaplicações constantes.

Lembre-se de tirar a maquiagem

Dormir maquiada é a maior cilada: além de obstruir os poros e causar envelhecimento precoce, também resseca ainda mais a região das pálpebras. É preciso remover toda a make com demaquilante específico para a área dos olhos, livre de álcool e substâncias irritantes. “A água micelar é ótima opção, pois não só limpa como também ajuda a tonificar e hidratar a pele”, recomenda a dermatologista Priscilla Guedes.

Mas se a maquiagem estiver muito carregada, talvez seja preciso apelar para os bifásicos, que misturam água e óleo para limpeza completa. Independentemente de sua escolha, conte com a ajuda do algodão para tirar os resquícios de produto com bastante delicadeza, sem esfregar.

Como tratar problemas na área dos olhos

Rugas
Repetição de movimentos ao longo dos anos (sorrir, por exemplo), falta de hidratação, exposição solar e até mesmo fumar são fatores que contribuem para o quadro. “E, claro, o próprio envelhecimento natural, quando ocorre a perda de colágeno e fibras elásticas que sustentam a pele”, lembra a Priscilla Guedes.

Em casa: “Procure por cosméticos que associem ácido hialurônico, conhecido por preencher e hidratar intensamente, a ativos com efeito tensor, caso do argireline”, sugere Flávia Chehin. Cremes à base de ácido retinoico e derivados ou vitamina C também são alternativas: enquanto o primeiro estimula a síntese de colágeno e renova as células, o segundo combate o envelhecimento da área com sua ação antioxidante.

No consultório: A toxina botulínica proporciona resultados imediatos e, por isso, é o procedimento mais procurado. “No entanto, é preciso fazer uma aplicação suave para a expressão não ficar congelada”, pondera Flávia Chehin. Como aliados, entram os equipamentos estimuladores de colágeno, como o laser de CO2 fracionado e o ultrassom microfocado.

Olheiras
Existem três tipos: as vasculares, que são arroxeadas e aparecem pelo acúmulo de vasos sanguíneos na região ou quando dormimos pouco; as pigmentares, mais amarronzadas e decorrentes do depósito de melanina (pigmento que dá cor à pele); e as profundas, que costumam ter origem genética e deixam o olhar fundo e com aspecto cansado.

Em casa: “É possível evitar a formação de novos vasinhos com formulações à base de rutina, que descongestiona a região, e coffeeskin, derivado da cafeína, que melhora a circulação local”, recomenda Flávia Chehin. Para clareá-las, ativos como ácido kójico, vitamina C e alfa-arbutin são boas pedidas.

Vale também recorrer aos truques da vovó: “Fazer compressas com chá de camomila gelado ou soro fisiológico e colocar rodelas de pepino nas pálpebras são de boa ajuda”, garante Priscilla Guedes, que também ressalta a importância de se ter hábitos saudáveis, como regular o sono, beber dois litros de água por dia, não fumar e evitar exposição ao sol sem filtro solar.

No consultório: Tanto as arroxeadas quanto as marrons podem ser atacadas com o laser Q-Switched, que atinge a pigmentação da pele e ajuda a clarear a região. A luz pulsada também é recomendada para o primeiro caso, enquanto os peelings de ácido tioglicólico valem para eliminar manchas amarronzadas.  As profundas, por sua vez, podem ser preenchidas com ácido hialurônico.

Bolsas
“O inchaço aparece pelo acúmulo de gordura nas pálpebras. Com o tempo, a musculatura dessa região fica mais flácida e pode ceder, provocando esse efeito”, explica Íris Flório. Genética, má circulação, retenção de líquido, cansaço, excesso de álcool e alimentação rica em sal também são agravantes.

Em casa: Invista em cremes à base de vitamina K, cafeína e extrato de castanha da índia, que estimulam a drenagem dos vasos e diminuem o inchaço. Durante a aplicação, aproveite para massagear a região de dentro para fora e turbinar os resultados. “Uma dica é deixar esses cosméticos na geladeira. Com a temperatura fria, refrescam e descongestionam a região dos olhos. As versões em roll-on são geladinhas e também ajudam a drenar”, diz Jardis Volpe.

No consultório: A radiofrequência emite ondas de calor e aquece a região para compactar a gordura das bolsas e estimular o colágeno da região. “Além disso, melhora a drenagem local, atenuando bolsas leves causadas pela retenção de líquidos”, completa Jardis Volpe. Em casos mais severos, pode ser indicada a blefaroplastia, procedimento cirúrgico que remove o excesso de pele nas pálpebras.