Robô encontra rocha nunca detectada fora da Terra e solo diferente em Marte
Uma rocha nunca detectada fora da Terra antes, dois tipos de solos diferentes achados pelo (mesmo) caminho e pistas de troca de gases na atmosfera planetária são alguns dos resultados de análises geoquímicas do Curiosity, robô que está em Marte desde agosto de 2012.
Os experimentos que usaram diferentes instrumentos do robô feitos nos primeiros cem dias da missão no planeta vermelho só foram divulgados nesta quinta-feira (26) em um especial assinado por John Grotzinger, principal cientista do projeto na Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), na revista Science.
Como as provas que apontam que Marte já teve um meio habitável, mesmo que apenas para os micróbios, foram anunciadas ainda no começo do ano, esse novo pacote de estudos destaca a diversidade geológica do nosso vizinho, indo "a fundo na superfície marciana" a partir de amostras de gases da atmosfera e dos sedimentos retirados das rochas .
A equipe liderada por E.M. Stolper, a primeira a usar o espectrômetro de raios X do Curiosity, constatou que a composição da Jake Matijevic, a rocha em formato de pirâmide fotografada no 43º dia da jornada (19 de setembro de 2012), é semelhante a das pedras de ilhas terrestres. Segundo os cientistas, essa rocha tem uma origem diferente das formadas a partir do magma derretido de vulcões, sendo possível ter vindo de um ambiente mais rico em água.
Já o grupo de Pierre-Yves Meslin analisou os disparos de laser do ChemCam na superfície de Marte, e descobriu dois tipos distintos de solo no caminho do Curiosity pela cratera Gale: um sedimento fino e outro mais grosso. A leitura dessa granulação mais fina indica que o solo que encobre a maioria do planeta é um grande transportador de hidrogênio. Por isso, diz o grupo, esse solo pode ser a fonte principal do "passado molhado" detectado anteriormente pelas sondas orbitais.
Laurie Leshin e colegas usaram o SAM para cheirar a atmosfera de Marte e descobriram, após uma técnica de decomposição por aquecimento, a liberação de compostos voláteis, grupo que abrange moléculas como o dióxido de carbono e a base de carbono. Mesmo não encontrando metano, gás que poderia avisar sobre a vida microbiana "moderna" fora da Terra, a análise sugere que há chances de troca de gases na atmosfera.
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