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iPhone 12 mini: nostalgia (quase) perfeita para quem odeia celular gigante

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em São Paulo

16/12/2020 04h00

O iPhone 12 mini é o irmão mais novo entre os lançamentos da nova família de celulares da Apple. O tamanho compacto e a tela, que ocupa quase toda a frente do aparelho, são os seus pontos-chave. Lançado por R$ 6.999 (versão de 64 GB), foi criado para quem não gosta de telefones gigantes e deseja ter um top de linha que volte a caber no bolso.

Como de costume, a Apple adotou o mesmo processador em todos os celulares da linha, o A14 Bionic. E isso faz o iPhone 12 mini ganhar mais um ponto positivo na lista dos prós e contras.

O modelo pequeno também é compatível com o 5G. Mas é importante destacar mais uma vez que a rede não está 100% em funcionamento no Brasil. Logo, comprar o modelo só por esse motivo não vale a pena. Dito isso, confira a seguir as impressões sobre as demais características do iPhone 12 mini após os testes.


iPhone 12 mini

Preço

R$ 6.999 (a partir de) R$ 5.399 (em lojas parceiras)
TILT
4,3 /5
USUÁRIOS
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

A tela OLED é excelente. Ela só não ganhou nota 5 porque a taxa de atualização ficou um pouco abaixo dos concorrentes

A câmera de selfie agora funciona com o modo noturno

O celular possui um conjunto duplo de câmeras principais

Gravação de vídeo com tecnologia Dolby Vision (HDR avançado)

Tem o mesmo processador do iPhone mais avançado

É super leve com 133 gramas

Fica apenas na média

O tamanho compacto é ótimo para usar com apenas uma das mãos

O conjunto é muito bom, mas o valor ainda é alto

Pontos Positivos

  • Tamanho compacto e leveza
  • Processador moderno e rápido
  • Tela Oled mesmo no modelo mais simples (Apple adotava a LCD antes)
  • Acessa 5G

Pontos Negativos

  • Bateria
  • Começa só com 64 GB de armazenamento
  • Preço de lançamento alto

Veredito

O tamanho compacto, visual mais discreto, processador rápido e sistema de processamento de fotos melhorado fazem dele um ótimo celular. As ressalvas ficam pela bateria mediana e preço de lançamento alto para um aparelho com 64 GB de armazenamento.

A experiência de voltar a usar um celular pequeno pode ser bem esquisita no começo. As mãos parecem maiores do que são, os dedos se confundem com o teclado, a hora da foto parece que envolve um telefone de brinquedo.

Mas essa impressão durou poucos minutos. Acostumei muito rápido com o conforto que um celular compacto me proporcionou. Digitar rápido com apenas uma das mãos, usar o aparelho por um bom tempo sem que o peso do celular fizesse os dedos e braço doerem.

O iPhone 12 mini é a leveza em forma de celular (133 gramas). Como eu não fui feita para celular com tela gigante, o iPhone 12 mini me agradou bastante. Mas entendo também que as pessoas com mãos grandes provavelmente não vão curtir tanto o modelo pequeno e nem terão a a experiência de usabilidade que eu tive.

iPhone 12 mini: Apple manteve a tela com o entalhe na parte superior - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

A tela do modelo tem tecnologia Oled (consome menos bateria do que tela LCD) e mede 5,4 polegadas (13,7 cm), um tamanho bem diferente do irmão gigante iPhone 12 Pro Max, com 6,7 polegadas (17 cm). Voltando ao mini, o brilho da tela está mais intenso, as cores estão mais vivas e o contraste foi melhorado em comparação ao iPhone 11 de 2019.

Além disso, as telas dos celulares da linha 12 estão mais resistentes. A Apple promete quatro vezes mais proteção contra quedas. Mas cuidado com os riscos. Eles continuam aparecendo sem explicação.

A experiência é ótima considerando, claro, o tamanho menor da tela. Quem gosta de maratonar série pelo celular talvez estranhe bastante ao usar o mini para isso. Quem curte jogos também poderá preferir telas maiores.

Apesar de ótima, a Apple deixou passar uma oportunidade aqui. A taxa de atualização do iPhone 12 mini é de 60 Hz. Esse número se refere a quantidade de vezes por segundo que o visor é atualizado.

Os modelos mais avançados de smartphones, como alguns da Samsung, já trabalham com taxa de atualização de 90 Hz, 120 Hz e 144 Hz. Na prática, mesmo que seja quase imperceptível para algumas pessoas, isso significa que a transição de imagens na tela fica mais suave e a navegação entre conteúdos até parece mais rápida.

Como essa configuração exige mais da bateria, esse pode ter sido um dos motivos para a Apple adiar os planos — rumores indicam que o iPhone de 2021 finalmente vai trabalhar com a tecnologia.

Informação importante: o iPhone 12 foi lançado como par do 12 Mini. Por isso, eles são superparecidos. O que muda é mais o tamanho das telas mesmo e a capacidade da bateria.

iPhone 12 mini: a pegada do aparelho é mais confortável - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

O design de toda a linha 12 foi inspirado no do iPad Pro. Mas os celulares lembram muito o visual do iPhone 4, 4S e, principalmente, o do iPhone 5 pelo acabamento nas laterais. Agora é tudo mais plano, diferentemente das laterais arredondadas das gerações anteriores.

Outra coisa legal do 12 mini e —e do iPhone 12 comum— é a variedade de cores. Há as opções azul, verde, vermelho, preto e branco, o que quebra um pouco a sisudez de tons pretos e cinzas que costumamos ver nas lojas de celulares.

iPhone 12 mini: visual traseiro do celular - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

O aparelho também está bem confortável de usar. Contrariando a tendência de vários celulares da Samsung (grande concorrente da empresa), a Apple voltou ao corpo com laterais retas. Achei a alteração positiva. O formato me deu mais estabilidade para segurar, usar e não deixar cair o modelo.

O iPhone 12 mini tem duas câmeras principais com 12 MP cada. Uma lente voltada para as fotos padrão e a outra é a lente grande angular, que aumenta o campo de visão. O modelo não tem o sensor destinado para fotos com zoom, como os irmãos 12 Pro e 12 Pro Max. Mas eu nem senti falta dele durante os testes.

iPhone 12 mini: conjunto duplo de câmeras - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

O sistema de processamento de fotos com inteligência artificial foi melhorado entre uma geração e outra. Como isso aconteceu em toda a linha 2020 da Apple, talvez por isso algumas fotos clicadas com o 12 mini e o 12 Pro se confundem de tão parecidas, com ótimos resultados em ambos os casos.

A gravação de vídeos também recebeu um upgrade. Toda a linha 12 consegue gravar com a tecnologia Dolby Vision, uma tecnologia de HDR (grande alcance dinâmico, em inglês) que faz vídeos com maior brilho, contraste e precisão de cores do que o padrão anterior, o SDR (alcance dinâmico padrão). Não que um seja ruim e o outro bom. Mas o iPhone promete ainda mais qualidade nesse quesito com a atualização.

iPhone 12 mini: detalhe da câmera dupla - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

Com uma câmera capaz de capturar mais luz, o modo noturno do 12 mini, que clareia artificialmente fotos escuras, funciona em todas as lentes —incluindo na de selfie, que tem 12 MP de resolução. Uma boa notícia para quem curte fotografar à noite.

iPhone 12 mini: confira fotos tiradas com o celular da Apple

O aparelho é pequeno em tamanho, mas dentro tem muita velocidade. O processador A14 Bionic é o primeiro desenvolvido com tecnologia de 5 nanômetros — com essa distância entre suas peças internas (um nanômetro é um milionésimo de milímetro) cabe mais poder de processamento nele.

Na prática, vai resultar em desempenho ainda mais rápido, melhor equilíbrio entre o consumo de bateria e abre mais possibilidades para o funcionamento dele com sistemas de inteligência artificial. Segundo a Apple, o processador é capaz de fazer 11 trilhões de operações por segundo.

Entendo que é um desafio grande adotar uma bateria mais potente em um aparelho pequeno. Mas a bateria do iPhone 12 Mini, de apenas 2.227 mAh, me deu a sensação de que poderia ser melhor, pensando no valor que o celular custa.

O processador inteligente até ajuda a equilibrar o consumo. Mas o resultado prático da bateria é apenas mediano.

Usei como se fosse o meu celular pessoal por dez dias. Em vários deles, o telefone exibia 20% perto das 20h, 21h. Então é aquela coisa: você vai usar o celular e vai precisar recarregar no final do dia muitas vezes.

Por exemplo: eram 10h22 quando eu tirei o celular da tomada com 100% de bateria. Usei redes sociais, câmera, aplicativo de transporte, conexão 4G, fiz uma ligação e ouvi uma hora de música via conexão wi-fi.

Quando deu 18h, a bateria estava em 47%. Usei mais um pouco para redes sociais e afins. No dia seguinte, umas 9h15, a bateria estava em 10%, registrando um total de 4h27min minutos de tela ligada.

Em um outro dia, o celular registrou 5h13 min de tela ligada. Tirei da tomada às 11h24. Usei WhatsApp, Instagram, YouTube, internet, baixei aplicativos, usei o app do mercado, tirei algumas fotos e assisti a alguns episódios de uma série de TV. Em torno de 23h58, o celular marcou 10% de bateria na tela.

Nos teste oficial de bateria de Tilt, o iPhone 12 mini conseguiu reproduzir continuamente um vídeo na internet (conexão wi-fi) por 8h20. A bateria foi de 100% a 0% nesse tempo. Para efeito de comparação, o iPhone 12 Pro durou 12h35 no mesmo teste.

O fato de o iPhone 12 mini ser o mais barato entre os modelos da linha 12 já faz o aparelho chamar a atenção. Ter um processador tão rápido quanto o do irmão mais caro também. O tamanho compacto e visual mais discreto (dependendo da cor do aparelho ou da capinha usada) são outros aspectos positivos para quem não gosta de celulares gigantes. Se você procura um celular dentro desses aspectos, vai ser muito feliz com o iPhone 12 mini.

Só não dá para esquecer que o celular tem os seus defeitos, como a bateria mediana e o preço alto de lançamento. Também será preciso investir na compra do carregador de tomada e o do fone de ouvido se você estiver sem eles, porque não são vendidos com o iPhone 12 mini.

A versão mais barata (ou menos cara) é a de 64 GB por R$ 6.999. Mas pagar esse valor por um celular com só isso de memória não me parece fazer tanto sentido. Tudo bem que você pode comprar serviços de armazenamento na nuvem. Mas é um telefone que custa muito e que você vai ter por anos (em tese). Eu investiria mais na versão do iPhone com mais espaço. Acho que compensa mais. A diferença é de uns R$ 500.

Se você tiver interesse, vale pesquisar o preço em lojas parceiras. Já é possível encontrar algumas promoções —encontrei o mesmo modelo a partir de R$ 5.399.

Mas é bom você saber também que há outros celulares com baterias melhores e que também são topo de linha, como o Galaxy Note 20 Ultra (4.500 mAh, por R$ 5.399) ou o Motorola Edge+ (5.000 mAh, por R$ 4.249 à vista). Eles só não são tão pequenos. Vale pesquisar se você ainda estiver em dúvida.

E uma última observação: se você tiver um modelo da linha iPhone 11 eu não trocaria agora. Dá para esperar mais um pouco, pois ainda são ótimos celulares e só os usuários mais exigentes vão sentir mais as diferenças entre os dois na prática.

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • iOS 14

  • Dimensões

  • 131,5 mm x 64,2 mm x 7,4 mm; 133 gramas

  • Resistência à água

  • IP68

  • Cor

  • Azul, verde, vermelho, preto ou branco

  • Preço

  • R$ 6.999 (a partir de)

Tela
  • Tipo

  • Oled

  • Tamanho

  • 5,4 polegadas

  • Resolução

  • 2.340 x 1.080 pixels a 476 ppp

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 12 MP

  • Câmera Traseira

  • Dupla de 12 MP cada sensor

Dados técnicos
  • Processador

  • A14 Bionic

  • Armazenamento

  • 64 GB, 128 GB e 256 GB

  • Memória

  • 4 GB de RAM

  • Bateria

  • 2.227 mAh