Vida em Marte? Nasa quer trazer amostras do planeta vermelho à Terra

A Nasa estuda duas opções para conseguir trazer amostras de rochas e sedimentos coletados em Marte. A agência americana quer saber se houve (ou há) vida no planeta vermelho.

O que está em jogo?

A principal dificuldade para isso acontecer está ligada ao custo. O programa original, o Mars Sample Return, realizado pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia, projetava custos de US$ 11 bilhões (cerca de R$ 67,4 bilhões).

Outra questão é a atmosfera do planeta, espessa o suficiente para queimar qualquer espaçonave que não seja protegida em uma estrutura térmica. Isso também explica os altos preços da operação.

A data é um fator de preocupação. Reuniões do conselho da Nasa trataram sobre a data do retorno, que teve que ser adiada de 2031 para 2040. Para o administrador da Nasa, Bill Nelson, este atraso é "simplesmente inaceitável". Algumas estratégias já propostas tentam antecipar a volta. Elas permitiriam o retorno dos rovers (que coletam amostras) à Terra em 2035 ou 2039, com custos que variam de US$ 5,5 bilhões (R$ 33,5 bilhões) a US$ 7,7 bilhões (R$ 46,9 bilhões).

Duas opções estão em análise. "Estamos explorando duas novas opções de pouso. Uma é alavancar a tecnologia que foi usada anteriormente [sky crane] para pousar os dois rovers Perseverance e Curiosity em Marte. A outra é alavancar opções da indústria", disse Nicky Fox, administrador associado da diretoria de missões científicas da Nasa à CNN. A Nasa deve confirmar o programa —e seu design— no segundo semestre de 2026.

Interesse chinês

A China já havia declarado interesse em retornar as amostras de Marte. Com a missão Tianwen-3, os chineses lançariam uma espaçonave em 2028 para recuperar as amostras marcianas, que poderiam ser devolvidas à Terra até 2031. Mas a Nasa declinou: "Não acho que queremos que o único retorno de amostra venha na espaçonave chinesa", disse Nelson.

Que amostras são essas?

Os robôs Perseverance e Curiosity vêm coletando amostras de rochas e poeira desde que foram lançados em Marte. Segundo informações da CNN, o local explorado pelo Perseverance é a Cratera Jezero, onde existiu um antigo lago e delta de rio, e pode ser uma das únicas áreas do planeta para identificar se já houve vida. O Curiosity está em Marte desde 2012, e o Perseverance chegou em terras marcianas em 2021.

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Queremos trazê-las de volta o mais rápido possível para estudá-las em instalações de última geração. Isso permitirá que os cientistas entendam a história geológica do planeta e a evolução do clima neste planeta árido onde a vida pode ter existido no passado e lançar luz sobre o início do sistema solar antes que a vida começasse aqui na Terra. Isso também nos preparará para enviar com segurança os primeiros exploradores humanos a Marte.
Nicky Fox, à CNN

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