Forma perfeita e estável: por que planetas são sempre redondinhos?

Planetas, luas e estrelas podem ter os tamanhos mais variados, mas há algo em comum entre estes corpos celestes: o formato arredondado.
Os planetas são esféricos por causa da força da gravidade, que atrai matéria (como poeiras e gases que estavam espalhados no espaço) em direção a seu núcleo.
A força da gravidade age sobre toda matéria e faz com que as partículas atraídas colidam umas com as outras, criando uma massa quente e fluida. Com o passar do tempo, essa massa esfria e forma uma superfície esférica. Quanto mais massa tiver um objeto, maior será o seu campo gravitacional - e também o formato arredondado.
A forma perfeita
A esfera é considerada a forma geométrica mais estável que existe na natureza - a única em que todos os pontos da superfície estão na mesma distância em relação ao núcleo, e se atraem da mesma maneira em todas as direções, Nos planetas, que possuem massas enormes e força gravitacional muito forte, esse equilíbrio é especialmente importante, porque garante que nada que esteja na superfície seja sugado para o centro.
A esfera também é a forma que demanda menos energia das partículas para ser "modelada". O princípio da "mínima energia" permeia toda a natureza, principalmente os corpos com muita massa, como é o caso dos planetas.
A Terra é redonda?
Isso não é exatamente verdade. Na maioria das vezes, eles são levemente achatados nos polos, o que contraria a ideia de esfera perfeita.
No caso da Terra, isso acontece por causa do movimento de rotação (a volta que o planeta dá em torno de si mesmo).
Imagine que o nosso planeta é uma bola de gelatina. Quando giramos essa bola ao redor de um eixo, à medida que a velocidade aumenta, a bola começa a se achatar e a região equatorial fica mais "gordinha".
Isso acontece por que o objeto não é absolutamente rígido e perfeito —a Terra tem rochas na superfície que estão constantemente mudando e tem um interior pastoso e quente, ou seja, não parece nada com "uma bola de bilhar".
Fontes: Jorge Honel, físico da USP; Cláudio Bevilacqua, físico e diretor do Observatório Astronômico da UFRGS; e Rodrigo Nemmen, professor do IAG/USP
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