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Camila Queiroz 'quebra' internet e marcas apoiam Lula: os destaques da SPFW

Camila Queiroz foi o destaque do desifle da Bold Strap. Atos políticos nas passarelas também ficaram em evidência nesta edição da São Paulo Fashion Week - Fred Othero
Camila Queiroz foi o destaque do desifle da Bold Strap. Atos políticos nas passarelas também ficaram em evidência nesta edição da São Paulo Fashion Week Imagem: Fred Othero

De Nossa

06/06/2022 09h08Atualizada em 26/07/2022 12h36

A edição N53 da São Paulo Fashion Week chegou ao fim no último sábado (4). Além das coleções desfiladas pelas marcas brasileiras, que apresentaram as tendências para o primeiro semestre da moda nacional, alguns momentos marcaram o evento: desde a aparição de famosos, como a atriz Camila Queiroz, até manifestações políticas nas passarelas, como cartazes de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro e atos de apoio ao candidato Lula.

Camila Queiroz provavelmente foi o nome mais engajado nas redes sociais nesta edição. A atriz viu seu nome aparecer nos assuntos mais falados do Twitter depois de abrir e fechar a coleção da Bold Strap, etiqueta de Peu Andrade que aposta em peças com uma pegada fetichista e também levou a cantora Marina Sena ao Komplexo Tempo, em São Paulo.

Camila Queiroz e Marina Sena para a Bold Strap na SPFW N53 - Fred Othero - Fred Othero
Camila Queiroz e Marina Sena para a Bold Strap na SPFW N53
Imagem: Fred Othero

Na rede social, o nome de Camila foi associado ao de Angel, personagem interpretada por ela na novela "Verdades Secretas" e que, assim como na "vida real" da atriz, iniciava uma promissora carreira de modelo.

O catwalk — como é chamado o andar na passarela — da ex-global foi amplamente elogiado nas redes sociais, em publicações que traziam vídeos de Queiroz fazendo sua perfomance memorável. Com direito a memes a comparando a Kendall Jenner e citando o autor Walcyr Carrasco, com quem a estrela teria brigado durante "Verdades Secretas 2", como foi noticiado pela mídia à época.

A presença dos famosos nas passarelas, bastante criticada nas redes sociais, foi praticamente absoluta. Sendo eles, em sua maioria, ex-participantes do Big Brother Brasil — nas suas mais diversas edições.

Paulo André, que vem apostando na carreira de modelo desde que deixou "a casa mais vigiada do Brasil", foi ovacionado durante o desifle da Misci, comandada pelo designer Airon Martins. Seu colega de confinamento, Pedro Scooby apareceu como um dos modelos para a Silvério. Ainda do BBB 22, Jessi participou do casting da Meninos Rei.

Paulo André | Misci - Zé Takahashi - Zé Takahashi
Paulo André | Misci
Imagem: Zé Takahashi
Pedro Scooby | Silvério - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Pedro Scooby | Silvério
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

Das edições passadas, o desfile da LED colocou nomes como Gil do Vigor, Mari Gonzalez e Thaís Braz em sua passarela no último dia de desfiles.

O ex-BBB GIl do Vigor desfilando para a marca LED no último dia da edição N53 da SPFW - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
O ex-BBB GIl do Vigor desfilando para a marca LED no último dia da edição N53 da SPFW
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

De volta às críticas citadas anteriormente, comentários feitos tanto no Twitter como no Instagram criticavam a escolha das marcas de colocar ex-BBBs e influenciadores em vez de modelos nas passarelas.

A moda política

Meninos Rei | SPFW N53 - Gui Rocha/Senac - Gui Rocha/Senac
Meninos Rei | SPFW N53
Imagem: Gui Rocha/Senac

Posicionamento político não faltou durante a SPFW, fossem eles discretos ou claramente objetivos.

A Meninos Rei denunciou o racismo e genocídio negro por meio de notícias transmitidas por telejornais sobre o racismo durante o desfile.

Na passarela, os irmãos Céu e Junior Rocha aliaram um dos looks com um cartaz que trazia a mensagem: "Fora, Bolsonaro".

O apoio ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva se fez evidente por Célio Dias, estilista por trás da marca LED. Conhecido por apoiar os direitos LGBTQIA+ por meio do seu trabalho, o mineiro encerrou sua apresentação na SPFW levantando uma bandeira que trazia como estampa o rosto do ex-presidente.

Além dele, o estilista João Pimenta, da marca homônima, fez um "L" ao fechar sua coleção. Inspirada no poema "A Flor e a Náusea", de Carlos Drummond de Andrade, todos os looks do "cortejo fúnebre" do Brasil criados pelo mestre da moda masculina foram feitos na cartela de cor preta, em um casting de modelos exclusivamente composto por negros.

O estilista Célio Dias, nome por trás da marca LED, com a bandeira do candidato à presidência Lula no final do desfile - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
O estilista Célio Dias, nome por trás da marca LED, com a bandeira do candidato à presidência Lula no final do desfile
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite
João Pimenta fez a letra "L" com a mão ao encerrar o desfile da sua marca homônima na São Paulo Fashion Week - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
João Pimenta fez a letra "L" com a mão ao encerrar o desfile da sua marca homônima na São Paulo Fashion Week
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

De forma mais sútil, mas não menos impactante, a Misci abordou o desmatamento da Amazônia com a coleção "EVA - Mátria Brasil". Todas as roupas foram criadas de forma a gerar o mínimo desperdício possível — desde a seda, passando pelo jacquard até o uso do couro.

A mensagem passada pela etiqueta nacional ficava clara no look usado por P.A., com estampa marrom e verde, representando pedaços de terra arrancados, como apontado pelo jornalista Pedro Diniz da "Folha de S. Paulo". E possivelmente até no terno na cor vermelha vestido por Duda Beat, cantora brasileira que participa do jingle oficial de Lula.

Duda Beat para o desfile da Misci na SPFW N53 - Anthony Araújo - Anthony Araújo
Duda Beat para o desfile da Misci na SPFW N53
Imagem: Anthony Araújo

"Estamos num momento muito importante, e precisamos de consciência social e de classe para reconstruir a nossa indústria e o nosso país", afirma Airon Martin, designer por trás da marca.