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Tóquio 2020 cria grupo de trabalho para lidar com epidemia de coronavírus

Uma pessoa que estava no navio Diamond Princess, que está retido em quarentena no Japão, é removida da embarcação (embaixo da lona azul) após ter resultado positivo para teste do novo coronavírus - Kyodo/Reuters
Uma pessoa que estava no navio Diamond Princess, que está retido em quarentena no Japão, é removida da embarcação (embaixo da lona azul) após ter resultado positivo para teste do novo coronavírus Imagem: Kyodo/Reuters

06/02/2020 13h45

Tóquio, 6 fev (EFE) — Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio anunciaram nesta quinta-feira a criação de um grupo de trabalho para lidar com o surto do novo coronavírus, menos de seis meses antes do evento esportivo, e garantiram que tudo será feito dentro do cronograma.

"O objetivo é analisar a situação e tomar as medidas necessárias para garantir a segurança dos Jogos Olímpicos para atletas e público", declarou o presidente do comitê organizador de Tóquio 2020, Toshiro Muto, em entrevista coletiva.

"Quero deixar claro que os Jogos serão organizados como previsto. Tendo em conta a situação atual, não há qualquer problema em organizá-los", completou o dirigente.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também disse hoje que em momento algum foi considerado um adiamento dos Jogos devido à epidemia do vírus misterioso, que afetou mais de 40 pessoas no Japão.

O chefe do comitê organizador explicou que o grupo de trabalho inclui funcionários de Tóquio 2020, o executivo nacional e o governo regional da capital japonesa, e observou que seus membros estão "em consulta permanente" com a Organização Mundial da Saúde e o Comitê Olímpico Internacional (COI).

"Vamos nos encontrar regularmente. Precisamos que o grupo de trabalho seja objetivo e mantenha a cabeça fria, para não criar uma sensação desnecessária de mal-estar, já que o número de infecções é limitado no momento", comentou Muto.

O chefe do comitê organizador afirmou ainda que as medidas previstas estão voltadas para a prevenção do contágio, acrescentando que em princípio não incluirão ações que não tenham sido implementadas anteriormente em outras situações de alerta de saúde.

Muto deu essas declarações após uma reunião de coordenação em Tóquio com o Comitê Paralímpico Internacional, cujo porta-voz, Craig Spence, também quis minimizar a importância da epidemia e um possível impacto nos Jogos.

"A OMS não decidiu declarar uma pandemia, os números de infecções são relativamente pequenos. Na nossa opinião, os Jogos devem continuar como de costume", considera Spence.

O porta-voz disse também que as medidas de prevenção de doenças contagiosas são sempre aplicadas nas grandes competições, e lembrou que os organismos desportivos internacionais já trataram de casos semelhantes, como a preocupação com o zika vírus nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.

Entretanto, ele admitiu que o coronavírus já teve um impacto nas competições de classificação para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio que foram programados na China e cancelados após a epidemia, e observou que as restrições em algumas viagens poderiam afetar os atletas chineses.

Como resultado da epidemia, o Japão está proibindo a entrada de pessoas que viajaram para Wuhan nas duas semanas anteriores, assim como de chineses cujos passaportes foram emitidos na província de Hubei.