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Epidemia viral já deixou esporte em alerta e tirou Copa feminina da China

Seleção de futebol da China canta hino nacional antes de partida contra a Rússia pela Copa do Mundo feminina de 2003, nos Estados Unidos - Ben Radford/Getty Images
Seleção de futebol da China canta hino nacional antes de partida contra a Rússia pela Copa do Mundo feminina de 2003, nos Estados Unidos Imagem: Ben Radford/Getty Images

Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo

01/02/2020 12h00

Oito mil internações e 900 mortes: o saldo de uma das maiores epidemias virais já vividas pela China tirou do país o posto de sede da Copa do Mundo feminina. Não se trata do novo coronavírus e nem mesmo de 2020; foi em 2003 que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) balançou o futebol.

A China voltaria a receber o Mundial 12 anos após ter sediado a primeira edição da Copa feminina. Mas em maio de 2003, diante da rapidez com que o vírus se propagava no país, berço da epidemia, a Fifa decidiu alterar o roteiro do torneio.

Os Estados Unidos, que haviam sediado a Copa em 1999, foram escolhidos como anfitriões. A Suécia também entrou no páreo, mas o regulamento da entidade prevê que a sede anterior assuma a responsabilidade pela Copa, se tiver condições, em caso de problemas com a sede atual.

Além disso, o sucesso do Mundial de 1999, que levou 90 mil pessoas ao estádio Rose Bowl, e a popularização do esporte nos EUA levaram a Fifa a optar pelos norte-americanos.

A troca de sede foi anunciada de forma diplomática por meio de uma propaganda da patrocinadora Adidas. As seleções de ambos os países — China e EUA — aparecem em vídeos fazendo uma espécie de duelo da bola.

Combinando movimentos de Tai-chi-chuan com freestyle e embaixadinhas, as jogadoras chinesas se aproximam das americanas em tom de desafio. O anúncio termina com as atletas rolando a bola para as adversárias, enquanto uma legenda preenche a tela anunciando a nova sede.

A Copa, que ocorreu entre setembro e outubro daquele ano, marcou as estreias de Marta e Cristiane em Mundias pela seleção feminina. O Brasil terminou em 5º lugar na competição, que teve a Alemanha como campeã pela primeira vez.

A China pôde, enfim, sediar novamente a Copa em 2007; desta vez, sem risco de vírus. Mas com novo repeteco: Alemanha campeã novamente, com título conquistado após vitória sobre o Brasil.

Coronavírus: surto deixa esporte novamente em alerta

Ao longo desta semana, o calendário esportivo na China foi alterado em função do novo vírus. O Pré-Olímpico de futebol feminino para os Jogos de Tóquio-2020 precisou ser disputado fora do país. Na Austrália, a seleção chinesa foi colocada em quarentena — mesmo sem as jogadoras apresentarem sintomas.

Enquanto a Fed Cup de tênis também teve a sede trocada, o Mundial de Atletismo foi adiado para 2021 em função do surto de coronavírus. Outro evento cancelado foi o qualificatório olímpico de boxe, que seria em Wuhan, a província onde o vírus começou a ser propagado.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) garante monitorar a situação para garantir a segurança da Olimpíada no Japão.

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