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Em "final" contra Usman, Durinho avisa: "Tenho poder de acabar com a luta"

Gilbert Durinho após vitória sobre Tyron Woodley no UFC - Getty Images
Gilbert Durinho após vitória sobre Tyron Woodley no UFC Imagem: Getty Images

Carlos Antunes, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

19/06/2020 06h00

Quase um ano após sua estreia no peso-meio-médio (77 kg) do UFC, Gilbert 'Durinho' alcançou algo que parecia inimaginável. Com uma sequência de quatro vitórias, as últimas duas sobre nomes como Demian Maia e o ex-campeão Tyron Woodley, o brasileiro conquistou a vaga para a disputa de cinturão da categoria diante de Kamaru Usman na luta principal do UFC 251, no dia 11 de julho, em Abu Dhabi. Mais próximo do que nunca dessa conquista, o lutador destacou o foco no trabalho que precisa ser feito para alcançar sua meta.

Em entrevista exclusiva à Ag.Fight, o atleta natural de Niterói (RJ) preferiu amenizar toda pressão sobre ele antes do evento histórico, que marca a estreia da 'Ilha da Luta', mas garantiu que sabe o valor que essa luta possui e vai tratá-la com muita seriedade. Por isso, 'Durinho' adiantou que só iniciou o camp após recomendações médicas, para evitar qualquer risco de sofrer um 'overtraining' (treinar mais do que deveria e ficar desgastado fisicamente) e chegar no seu auge de performance para acabar com a invencibilidade do nigeriano no UFC, que já dura 11 compromissos desde ele que estreou na liga, em 2015.

"Estou trabalhando com uma equipe gigantesca para não ter esse risco e conseguir chegar no pico de novo. Dei o pico de performance contra o Woodley e depois eles me obrigaram a descansar por duas semanas. Então essa semana já comecei mais forte e está tudo certo. Penso que é uma final de Mundial pela frente e vou dar meu máximo para ganhar. Tenho armas para vencer qualquer um da divisão, mas ele também tem muitos perigos, um wrestling muito bom e vai querer usar a pressão na grade, abafando. Acho que tenho poder de acabar com a luta, nocauteando ou finalizando. O Kamaru também também, mas tenho armas para acabar com isso. Vai ser uma guerra. Estou amarradão com essa oportunidade, mas estou trabalhando duro", disse.

Um outro fator marca esse duelo entre 'Durinho' e Usman. Ambos os lutadores treinam na mesma equipe, a Hard Knocks 365 e, inclusive, já fizeram sparrings juntos. Dessa maneira, um fator surpresa fica cada vez mais difícil, por eles conhecerem bem o jogo um do outro. Porém, de acordo com o brasileiro, chegou o momento de separar a boa relação, já que os dois estão em busca de um objeto em comum: o cinturão.

"Vamos ter que ser profissionais e lutar, mas já saímos na mão nos treinos e agora vai ser valendo. Por mais que eu saiba o jogo dele, agora é para valer. Quero pegar o cinturão, independente de quem seja e eu vou pegar. Não vejo o cara ali dentro, a amizade. Não tenho raiva do meu adversário, mas chego para ganhar. Vai ser o Kamaru como se fosse qualquer outro. Não vejo rosto. Vejo uma pessoa que tenho que ganhar", comentou o atual número um do ranking da categoria antes de mencionar que vai utilizar toda sua sabedoria no jogo do rival para formar sua tática, mas adiantou que precisa estar atento com variáveis do duelo.

"Treino é treino e luta é luta. Sabemos muita coisa um do outro. Claro que ele sabe o que eu vou fazer e eu sei o que ele vai fazer. Mas é difícil prever a hora que vai acontecer. Chega lá e um soco pode mudar a luta. Tenho os prós e os contras (de ter treinado com Usman). Toda a informação que eu tenho eu coloco na estratégia, mas é difícil dizer se ajuda ou atrapalha. Ajuda um pouco, mas temos que ver lá na hora", explicou 'Durinho'.

Desde que o UFC retomou suas atividades, o presidente da franquia, Dana White, conseguiu um jeito para os atletas, que não moram nos Estados Unidos, poderem atuar de forma tranquila, sem restrições de voos e criou a 'Ilha da Luta'. O local foi guardado a sete chaves por meses, até ser anunciado no início deste mês que seria na ilha de Yas, em Abu Dhabi. Se antes de saber a localização correta, 'Durinho' já sonhava em estar presente em um evento por lá, após a confirmação, o brasileiro se sentiu "em casa". Em 2010, o atleta foi campeão do World Pro, campeonato de jiu-jitsu que acontece na cidade e, por isso, tem boas recordações.

"Já queria lutar nessa ilha, mas me pegou de surpresa (o local dela), porque achei que fosse ser nos Bahamas (no Caribe), mas será em Abu Dhabi. Mas nada de novo para mim. Eu já fui campeão mundial do World Pro há dez anos lá, então voltar vai ser irado. Estou amarradão de encabeçar esse card. O mundo vai estar de olho nesse evento e quero trazer esse cinturão. A viagem é longa, o fuso é grande e é difícil, mas estou trabalhando com suplementos para isso. Ajuda a ficar mais tranquilo porque já estive ali antes", completou.