20km em 10min e sem fila: como é o voo de helicóptero até a F1 em São Paulo

Quem esteve em pelo menos um dos três dias do GP de São Paulo 2024 sabe que o trânsito e multidões eram praticamente inevitáveis no trajeto para Interlagos. Mas havia uma alternativa cara e eficiente para escapar de tudo isso: ir de helicóptero. O atalho pelos ares é oferecido para os fãs que compraram ingressos e queriam fugir de ruas lotadas na região de Interlagos.

O trajeto foi feito pela Revo, empresa especializada em voos de helicóptero de primeira classe, e variava entre 10 a 15 minutos entre os modelos de voo oferecidos. As opções iam desde viagem compartilhada até o fretamento do helicóptero, com preços entre R$ 3,5 mil e R$ 26 mil, dependendo ainda do modelo de helicóptero escolhido.

A reportagem do UOL foi convidada para testar o trajeto no modelo compartilhado neste domingo (3), no 3º dia do GP de São Paulo. O voo estava marcado para as 9h partindo de um prédio na Avenida Juscelino Kubitschek, no bairro da Vila Nova Conceição, que fica a cerca de 20 quilômetros do Autódromo de Interlagos. Segundo o 'Waze', no momento marcado para o voo, o tempo para fazer o mesmo trajeto de carro era de 58 minutos. A promessa era que o helicóptero faria em cerca de 10 minutos.

A recepção é feita no subsolo do prédio, onde os 8 passageiros são levados para a cobertura. A poucos degraus do heliponto, um vídeo curto com instruções de segurança é apresentado Já no final do vídeo era possível ouvir que as hélices do helicóptero bimotor estavam sendo ligadas. Era hora de levantar voo.

Apesar do tempo nublado e chuvoso - que castigou a própria programação do GP de São Paulo neste fim de semana -, do heliponto era possível ter uma vista única de São Paulo. Mas são poucos segundos para apreciar. O embarque é rápido, e logo os 8 passageiros são colocados para dentro. O barulho do helicóptero antes de embarcar lembra um filme de guerra. Aos passageiros de primeira viagem, lembra algum clássico do cinema, como "Apocalypse Now".

Viagem rápida e tranquila

Às 8h58, o helicóptero levantou voo no céu cinza de São Paulo do domingo de Fórmula 1. Mesmo longe das condições climáticas ideais, a vista era clara para quem estava ali dentro. Com os cintos afivelados, os 8 passageiros podiam ver a cidade, que parecia uma maquete, pelas duas janelas do helicóptero. O tempo chuvoso também não pareceu afetar o voo em si. Fora alguns pequenos tremores no chão do helicóptero, não se sentiu maiores distúrbios na viagem. O fone de ouvido deixa o som ambiente longe de estar barulhento.

Em poucos minutos, dava para ver o Autódromo de Interlagos e as multidões nos arredores. Os passageiros escaparam do perrengue de muitos que chegaram ainda de madrugada para ver o treino classificatório marcado para as 7h30. E ainda assim, encararam horas de fila sob chuva. Teve quem desistiu do GP e vendeu seu ingresso.

Dez minutos depois de sair do heliponto na Vila Nova Conceição, às 9h08, o helicóptero pousou no heliponto do Autódromo. A poucos passos dali, os passageiros foram recebidos no lounge da Revo dentro de Interlagos. De lá, uma van levou para pontos estratégicos do Autódromo, dependendo do setor comprado por cada um. Segundo a Revo, a maioria dos passageiros tem ingressos para Paddock Club, setores VIP com entradas partindo dos R$ 5 mil.

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Se o preço para ir com conforto e rapidez para o GP de São Paulo é completamente fora da realidade da grande maioria dos brasileiros, para quem pode bancar tal luxo parece fazer sentido. Enquanto muitos tiveram que enfrentar filas enormes, chuva, trânsito e, em alguns casos, nem conseguiram ver os carros em ação na pista, a maior preocupação dos passageiros dos helicópteros bimotores foi ter que deixar seus celulares no 'modo avião' durante o trajeto de 10 minutos.

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