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Técnico brasileiro é solto e responderá por estupro em liberdade nos EUA

Reprodução/MDC New Mexico
Imagem: Reprodução/MDC New Mexico

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

14/12/2020 14h37

O Segundo Tribunal Distrital Judicial de Albuquerque, nos Estados Unidos, decidiu que o treinador de jiu-jitsu Rafael "Barata" de Freitas responderá em liberdade a acusação de estuprar e drogar uma mulher que era sua aluna. Ele está preso desde o último dia 5 de dezembro e foi submetido a uma audiência de custódia hoje (14).

O juiz Charles Brown de custódia responsável pelo caso argumentou que Freitas não precisava permanecer preso porque não é considerado um perigo para a comunidade. O magistrado listou a ausência de histórico criminal do treinador para basear sua decisão.

Ficou acordado que Rafael de Freitas precisará ter encontros semanais com a Justiça e não poderá ter contato com nenhuma pessoa envolvida no caso, exceção feita a seu próprio advogado. Além disso, ele não poderá consumir álcool ou drogas ilícitas, nem ter contato com a família da vítima.

Durante a audiência, a promotora Kristyn Peterson reiterou que "Barata" sabia que a vítima estava inconsciente e, mesmo assim, seguiu com os atos que chamou de "inapropriados". Jason Bowles, responsável pela defesa do treinador, alegou que a relação sexual havia sido consensual.

"Mesmo que a relação tivesse começado consensual, quando ela ficou inconsciente por 40 minutos, ele deveria parar. Esse é o nosso argumento. Ela estava inconsciente e incapaz de declarar qualquer tipo de consentimento", alegou a promotora.

O próximo encontro de Rafael de Freitas com a Justiça será já nesta sexta-feira (17), na audiência preliminar do caso. Na sequência, o juiz responsável marcará a data para o julgamento.

Rafael Freitas é um dos sócios da academia 'Gracie Barra Novo México', e também atuou como um dos professores de jiu-jitsu na 'Jackson Wink MMA'. Ele é um dos treinadores de Holly Holm, ex-campeã do UFC, e esteve no córner durante a vitória sobre Irene Aldana, em outubro.

Entenda o caso

A acusação contra Rafael Freitas foi revelada pelo jornal ABQjournal.com. No registro policial ao qual o UOL Esporte teve acesso, o sistema de segurança instalado na casa da vítima teria gravado o ocorrido com uma câmera localizada na sala de estar.

No relato policial, a vítima disse que bebeu meio copo de vinho, depois tomou café da manhã e bebeu suco de laranja com Freitas antes da sessão de treinos. Ela teria ido ao banheiro e, ao voltar, percebido que Freitas havia preparado um segundo copo de suco de laranja para ela.

A vítima afirmou ter acrescentado uma dose de uísque à bebida e começado a sentir sono 30 minutos depois, enquanto Freitas massageava suas pernas. Ela relatou ter desmaiado e acordado horas depois nua da cintura para baixo.

A mulher que acusa Freitas entregou uma cópia do vídeo para a polícia. A descrição de um detetive afirma que a gravação mostra o treinador "possivelmente" jogando algo no suco de laranja dela, enquanto ela estava no banheiro. Ele ainda teria feito movimentos de "sacudir" o copo com as mãos.

Na sequência, Freitas começou a massagear as pernas da vítima, que pareciam ter ficado "pesadas". O detetive informou que o acusado é visto tirando o short e parece forçar sexo oral nela enquanto a vítima está desmaiada.