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Como mescla no elenco ajudou Flu a chegar ao Brasileiro 'em outro ambiente'

Abel Braga, técnico do Fluminense, conversa com elenco durante treino no CT Carlos Castilho - Lucas Merçon / Fluminense
Abel Braga, técnico do Fluminense, conversa com elenco durante treino no CT Carlos Castilho Imagem: Lucas Merçon / Fluminense

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

08/04/2022 04h00

O Fluminense se aproxima da estreia no Campeonato Brasileiro sob um ambiente favorável após ter vivido uma gangorra neste início de temporada. Pouco mais de duas semanas separaram a dolorosa eliminação na terceira fase preliminar da Libertadores à celebração pela conquista do título do Campeonato Carioca e à estreia com vitória na Sul-Americana. A rápida "virada de chave" teve como um dos fatores o apoio dos jogadores mais experientes aos mais jovens, como conta Paulo Angioni.

O diretor de futebol do Tricolor ressaltou que, apesar da queda precoce na competição continental, diretoria, comissão técnica e elenco não mudaram as convicções. Ele apontou a importância dos nomes com currículos vitoriosos neste processo, além de todo o aparato fora das quatro linhas. O dirigente atribuiu a resposta rápida a essa caminhada, que contribuiu para a chegada ao topo do pódio no Estadual.

Agora, a equipe do técnico Abel Braga se prepara para dar o pontapé inicial na principal competição nacional, amanhã (9), contra o Santos, no Maracanã.

"Não tenha dúvida que a saída da Libertadores foi bastante amarga. Machucou a alma de todos nós, mas em se tratando de mescla de jogadores mais adultos com jovens, talvez, tenhamos aí a grande resposta. Primeira convicção de que o caminho estava correto. Saímos em um processo de fatalidade, que lamentavelmente está incorporada ao jogo. E, nesse dia, elas ocorreram, mas não mudou, em momento algum, a nossa convicção", disse, ao UOL Esporte.

Angioni salientou o aspecto emocional, fez elogios à forma como o grupo encarou aquela adversidade e também enalteceu o comandante.

"Muda o comportamento emocional, através da tristeza, do abatimento. Todos tinham o mesmo objetivo de passar, até porque tínhamos feito um bom resultado aqui no Rio. Mas não tinha acomodação, muito pelo contrário, tinha o desejo de passar. O desejo elimina qualquer possibilidade de acomodação. Ao cair para o Olimpia, sofremos bastante. Não tenha dúvida, mas a mescla de jogadores mais adultos com jovens nos dá esse incremento que é o equilíbrio emocional também. Ajudaram a entender que essas adversidades acontecem. Com a importante participação do treinador, que é uma pessoa com uma largueza de experiência muito grande e foi um fator de relevância para esta operação rápida", afirmou.

Fluminense de Mário Bittencourt e Paulo Angioni segue com indefinições às vésperas da Libertadores - Lucas Mercon/Fluminense FC - Lucas Mercon/Fluminense FC
Presidente Mário Bittencourt e diretor de Futebol Paulo Angioni
Imagem: Lucas Mercon/Fluminense FC

"Além disso, temos outras ferramentas que ajudam muito: o setor de psicologia, assistência social, fisioterapia, grupo da saúde, pessoas que também conseguem ajudar e ajustar para que se passe a entender que a vida prossegue, e temos outros desafios à frente. Acho que todos esses movimentos que foram feitos em torno dos jogadores ajudaram rapidamente a superar aquela adversidade", completou.

Hoje, ainda pela manhã, o Fluminense fará um treino aberto à torcida, nas Laranjeiras. Angioni recorda que o time fazer atividades na sede, sob olhares dos tricolores, era uma promessa de campanha da atual gestão, mas celebra o fato de o evento acontecer em um momento que, segundo ele, "precisa desta reaproximação".

A equipe de Abel iniciou o ano sob algumas críticas da torcida — contra o Audax, houve até vaias, apesar da vitória —, mas, aos poucos, engrenou, conseguiu uma sequência de 12 vitórias e se criou uma sinergia entre campo e arquibancada. A lua de mel, porém, sofreu uma ruptura e começou a ganhar força novamente após os resultados positivos dos últimos dias:

"Esse treino aberto em Laranjeiras tem um conjunto de coisas pontuais, mas é um compromisso que já existia quando essa administração assumiu. Houve um primeiro treino e depois não mais porque precisávamos de alguns ajustes em Laranjeiras, que conseguimos fazer. Voltou-se a pensar em fazer esse treino e isso vai ser uma constância. Em alguns momentos vamos treinar em Laranjeiras, porque é um compromisso dessa administração. Calhou de ser no momento em que precisamos, realmente, desta reaproximação, deste entendimento, dessa credibilidade. Calhou, pontualmente".

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