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Desfalques forçam Crespo a repensar esquema com três zagueiros

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, de São Paulo

15/06/2021 04h00

Não bastasse ter de lidar com a falta de vitórias no Campeonato Brasileiro —até aqui são duas derrotas e um empate, com direito a um ataque zerado na competição—, o técnico Hernán Crespo, do São Paulo, tem de lidar com outro problema: o número de desfalques.

Nesse sentido, em que pese a seca do sistema ofensivo, o setor que mais preocupa é a zaga. Arboleda disputa a Copa América com o Equador e Miranda com um estiramento na coxa esquerda, Crespo fica sem dois titulares imprescindíveis para o 3-5-2 que ele adotou desde que chegou ao São Paulo.

Para o jogo contra a Chapecoense, no Morumbi, amanhã (16), Bruno Alves e Léo estão liberados. O problema é a falta de opções para escolher a última peça do trio de defesa. Diego Costa não vive boa fase e o zagueiro Rodrigo subiu das categorias de base nesta temporada e ainda não teve minutos suficientes para ser alçado ao posto de titular. Contra o Galo ele não esteve nem entre os relacionados para a partida.

Diante do 4 de Julho-PI, pelo jogo de ida da Copa do Brasil, Crespo utilizou Orejuela como zagueiro, mas a experiência não rendeu o esperado e não foi repetida. Outra opção poderia ser Walce, mas o zagueiro, que estava em processo de recuperação e perto de voltar, teve de passar por nova cirurgia no joelho esquerdo, agora para corrigir uma insuficiência no enxerto, e realizou a reconstrução do ligamento cruzado.

A esperança de Crespo para fortalecer o setor de marcação fica na possível volta de Luan. O volante, que estava com um edema na região posterior da coxa esquerda, já chegou a jogar na zaga quando Fernando Diniz era técnico do time, e pode ser aproveitado na função, seja jogando propriamente como zagueiro ou como volante e fazendo a função de terceiro elemento apenas para desafogar e ajudar na saída de bola.

O ataque também pesa

A dificuldade que o São Paulo vem encontrando para marcar gols também pode influenciar numa mudança tática por Crespo. Na derrota para o Atlético-MG, o argentino abandonou a ideia de jogar com três beques quando Miranda precisou ser substituído. Ao invés de escolher o zagueiro Diego Costa, o treinador optou pela entrada do lateral direito Igor Vinícius, formando uma linha de quatro defensores. Assim, adiantou Rigoni para uma terceira linha, na formação de um sistema 4-2-3-1.

Na etapa final, precisando marcar para empatar o jogo, Crespo ainda mandou a campo mais dois ponteiros Rojas e Galeano, aumentando o poder ofensivo. Neste momento, puxou Rigoni para a meia, na tentativa de que ele fizesse a função do meia Martín Benítez, cuja criatividade faz falta ao time. Apesar de ter aumentado o volume de jogo, a equipe não conseguiu criar problemas para o Atlético-MG, que ficou com os três pontos.

Maior responsável por fazer a articulação das jogadas ofensivas durante o Paulistão, Benítez treinou com bola ontem (14) e pode reaparecer no time diante da Chapecoense.

Além dele, Daniel Alves, que tem um entorse no joelho direito), Hernanes, com uma contratura muscular no tronco, e William, com trauma no joelho direito, são desfalques e ainda não têm previsão de volta.

"Precisamos de todos. Precisamos de todos. Seguramente falar de Dani [Alves] ou de Martín [Benítez], em um momento depois de derrota, é pouco elegante. Não acho que seja uma coisa justa carregar os dois com uma mochila importante, como salvadores do São Paulo. São importantes, fazem falta. É normal. Mas ao mesmo tempo temos outros jogadores. Lamentavelmente não pudemos obter a vitória. As ausências parecem mais pesadas. Isso é futebol. Vamos ter tempo para recuperar, e a ideia é poder chegar a ter continuidade de resultados", admitiu Crespo, após o jogo com Atlético-MG.