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Sem espaço, aposta peruana do Bota gerou dívida 'surpresa' e pouco jogou

Lecaros, atacante do Botafogo - Vitor Silva/Botafogo
Lecaros, atacante do Botafogo Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

08/04/2021 04h00

Fora dos planos do Botafogo para a atual temporada, o atacante peruano Lecaros chegou a General Severiano como uma aposta, foi protagonista de uma dívida "surpresa" — episódio que causou ainda mais desgaste ao então comitê gestor de futebol —, e atuou em apenas alguns jogos com a camisa alvinegra. Agora, pouco mais de um ano depois, o clube avalia as possibilidades para o jogador, que tem vínculo até o fim do ano.

Anunciado em dezembro de 2019, Lecaros desembarcou no Glorioso com certa expectativa. À época com 20 anos, era visto como um jogador jovem e com potencial de despontar. Além disso, chegava para compor o elenco e ser opção para uma posição apontada como carente, a de um atacante que atuasse pelas pontas.

Para ele, a vinda ao Brasil se tornava interessante pelo objetivo de integrar a seleção peruana que disputaria a Olimpíada de Tóquio, que aconteceria em 2020 se não fosse a pandemia de coronavírus — os Jogos foram adiados para este ano.

As oportunidades, porém, foram escassas. Mesmo após as saídas de Luiz Fernando e Luis Henrique, então titulares no ataque, Lecaros não conseguiu engrenar e, ainda em 2020, um empréstimo para outra equipe foi cogitado pelo Glorioso. A maior sequência foi na reta final do Campeonato Brasileiro, sob o comando de Eduardo Barroca, quando esteve em seis de dez jogos. Ao todo, foram 14 participações ao longo da temporada.

Em outubro, o episódio que, talvez, tenha dado maior holofote ao nome do jogador e que causou grande desgaste entre torcida e diretoria. O Alvinegro, que imaginava ter feito uma negociação sem custos, descobriu que deveria realizar o pagamento do chamado mecanismo de solidariedade ao Cusco, clube que formou Lecaros. O valor desembolsado foi de US$ 250 mil, cerca de R$ 1,4 milhão à época.

"O Lecaros foi contratado no início do ano. Ele estava livre, o Botafogo não pagou nada por ele. Realmente, soubemos, depois, que tinha esse mecanismo de solidariedade ao clube formador. Isso é uma tabela, o Cusco cobrou, entrou na Fifa, e tivemos que pagar isso para evitar problemas", explicou Carlos Augusto Montenegro, então membro do comitê gestor, em um áudio que circulou na ocasião.

"Pode ser considerado um erro. O Lecaros ainda é um jogador jovem e tal. Poderia ser evitado? Poderia. Talvez negociado ou poderia não ter contratado. Essas coisas são assim, você acerta e erra. Quem quiser dar porrada, falar em amadorismo, que o Botafogo é isso por causa dessas coisas... Só pegar as coisas ruins, acho que é legítimo pegar isso e bater", completou.

No fim da temporada passada, em meio à reformulação no departamento de futebol e já com Eduardo Freeland como diretor, Lecaros foi punido por chegar atrasado a um treino. Para 2021, inicialmente, esteve com o elenco, mas, posteriormente, não permaneceu mais nos planos nem sequer foi utilizado pelo técnico Marcelo Chamusca. Na última terça-feira (6), ao lado de outros cinco nomes, recebeu férias e não está mais integrado ao grupo.

Enquanto isso, a cúpula analisa o mercado da bola e possíveis clubes com os quais poderá negociar o jogador. Houve conversas com o Avaí, mas o clube catarinense e o Alvinegro não encontraram um denominador comum para concretizar a negociação.

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