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"Saldão" de medalhões do Cruzeiro no mercado inicia as mudanças aguardadas

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

07/01/2020 04h00

Um mês se passou desde que o Cruzeiro foi rebaixado no Brasileirão e deu início ao discurso de reformulação geral na administração e em seu departamento de futebol. Mas a partir da última segunda-feira, data que marcou a reapresentação dos atletas, a chegada de Ocimar Bolicenho e Alexandre Mattos foi marcada pelo tão esperado início do "saldão" no Cruzeiro, com a definição do futuro de medalhões cobiçados, mas que não estão com o futuro garantido na Toca da Raposa. Nos próximos dias, essas mudanças serão confirmadas e prometem movimentar o mercado da bola.

Nos últimos meses, muito se falou sobre o teto salarial de R$ 150 mil. Apesar de seguir disposto a enxugar a folha salarial, o clube mudou o discurso e deve flexibilizar algumas situações especiais de alguns atletas. Mas isso não garante nem a permanência de alguns pilares, como o volante Henrique. O capitão era considerado homem de confiança do técnico Adilson Batista, mas aceitou perdoar parte da dívida que o Cruzeiro tem com ele para rescindir amigavelmente e encaminhar sua ida para o Fluminense. Junto com ele, Egídio, outro titular em 2019, também está se transferindo para o tricolor das Laranjeiras. Por fim, Fred custa mais de R$ 1 milhão ao Cruzeiro e tem interesse em voltar a defender as cores do clube carioca.

Na linha de altos salários e pouco prestígio está Marquinhos Gabriel. O meia começou 2019 bem, mas foi caindo de produção ao longo da temporada e deve sair sem deixar saudades. O Cruzeiro negocia seu empréstimo com o Athletico, o que deve ser confirmado nos próximos dias. Na lateral, Edilson despertou interesse do Grêmio e já tem a liberação do Cruzeiro para voltar ao ex-clube. O veterano é outro que recebia um salário muito alto para sua posição e que despertou a fúria da torcida por causa de um futebol aquém do esperado dentro de campo.

Há ainda algumas situações extraordinárias. Thiago Neves e Fabrício Bruno entraram na Justiça contra o clube, cobrando o pagamento de pendências que o Cruzeiro ainda deve aos atletas. Neste momento, o zagueiro deve retirar sua ação para ser negociado com o Red Bull Bragantino. Já o meia, tratado pela torcida como símbolo do rebaixamento, dificilmente fica na Toca e tenta um acerto com a diretoria para sair. Os gigantes Boca e River Plate pretendem contar com o camisa 10 e já iniciaram os contatos.

Nas últimas semanas e meses, o comitê gestor que administra o Cruzeiro se preocupou com outras questões tão importantes quanto o futuro dos jogadores. No fim de 2019, a instituição tinha cerca de 700 funcionários, e a intenção é que esse número abaixe para no máximo 500. Neste período, Pedro Lourenço ficou responsável pelo futebol, mas o momento de transição interna impediu que agentes e representantes dos jogadores iniciassem as conversas mais cedo. Somente agora é que Alexandre Mattos, de forma temporária, e Ocimar Bolicenho, novo diretor de futebol, ficarão exclusivamente responsáveis para resolver a situação de cada atleta separadamente.

Além dos atletas já mencionados, há alguns outros que ainda precisam resolver o futuro no Cruzeiro. As conversas continuarão nesta terça-feira. Rodriguinho deverá ser aproveitado em 2020, mas também terá que sentar para conversar sobre um possível novo salário. Robinho está lesionado pelo menos até abril e deve ter dificuldade para encontrar um novo clube, mas sua permanência também é incerta. Outra situação extraordinária é sobre Orejuela, que foi comprado pelo Cruzeiro, mas que deve ser emprestado para ganhar vitrine e valorizar em outra equipe.

Veja abaixo quais jogadores ainda não estão com suas situações encaminhadas para ficar ou sair do Cruzeiro:

Goleiros: Fábio e Rafael
Laterais: Orejuela, Edilson, Dodô e Marcelo Hermes
Zagueiros: Dedé, Léo, Manoel e Digão
Volantes: Ariel Cabral
Meias: Robinho, Thiago Neves e Rodriguinho
Atacantes: Fred, Sassá e Deivid

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