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Reinier se consolida e anima Fla em meio a período de "sofrimento"

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Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/10/2019 04h00

Tratado como o maior talento da base do Flamengo desde o surgimento de Vinicius Jr., o meia Reinier vai justificando todos os cuidados que o cercam na Gávea. Após uma queda de braço com a CBF, o Fla se negou a liberar o jogador para o Mundial Sub-17. O clube se cercou, acionou o Superior Tribunal de Justiça (STJD) e a briga deu frutos imediatos.

Autor do gol da vitória por 2 a 1 sobre o Fortaleza, aos 43 minutos do segundo tempo, o jovem tem sido um sopro de ar fresco em um grupo que se habituou a vencer (já são 12 vitórias nos últimos 13 jogos no Brasileiro), mas que vai dando sinais evidentes de fadiga.

Ainda que a liderança no Brasileiro esteja consolidada, com o time a oito pontos do vice-líder Palmeiras, este pacote de dificuldades acende um alerta no clube, que mira dois troféus. E é em meio ao período conturbado que Reinier tem sido protagonista. No triunfo suado contra a Chapecoense, fez um bom jogo mas levou um puxão de orelhas do treinador, que viu certo preciosismo em alguns lances. Diante do Atlético-MG, boa atuação e um gol no 3 a 1 do Maracanã. Por fim, o papel de herói na noite de ontem (16).

"Minha cabeça estava muito boa para este jogo. A seleção é passado. Decidiram que não tinha de ir e fiquei. Estou feliz e motivado. O gol foi muito importante para mim. Foi uma partida difícil, com muito calor, mas esse é o espírito do Flamengo: raça, amor e paixão. É trabalhar mais e mais para o próximo jogo", disse o meia ao "Premiere".

Entre titulares absolutos, Rafinha, Arrascaeta e Filipe Luís se recuperam de lesões. Para dificultar a vida de Jorge Jesus, os dois primeiros passaram por cirurgias e correm contra o tempo para reforçarem o time contra o Grêmio, na próxima quarta (23), pela semi da Libertadores. Os sinais das batalhas também foram demonstrados por Gerson, que acusou cansaço e foi substituído no Ceará, e nomes como Berrío, Lincoln e Diego, todos ainda fora de combate. Isso sem contar com Everton Ribeiro e Bruno Henrique, suspensos por cartão.

Para arrancar o triunfo contra os tricolores, Jesus teve de lançar mão de peças pouco usadas, mas que ganham importância à medida que o desgaste aumenta. No Castelão, o volante Piris da Motta, os laterais João Lucas e Rodinei, e o atacante Vitor Gabriel foram utilizados. A equipe sentiu o claro desentrosamento e a exaustão para conseguir os três pontos.

Os percalços não têm sido suficientes para frear a ascensão rubro-negra, e o "Mister" não dá o menor indício de que pretende desacelerar. Obcecado pela conquista das duas taças em jogo, o português indicou que deve usar força máxima no clássico de domingo diante do Fluminense (20), às 18h, no Maracanã. Mesmo com gordura para queimar, o comandante rubro-negro não quer dar sopa para o azar. Antes de disputar o jogo mais importante para o clube nos últimos anos, o Flu é a preocupação número 1 no Ninho.

"Hoje (ontem), os jogadores tiveram de buscar energias do fundo do poço. Ao término do jogo, eles caíram no chão completamente cansados. Minha cultura não é essa de poupar. E os jogadores provam domingo a domingo. Descansar? Isso não existe. Vamos descansar nos dias que temos: quinta, sexta, sábado. Domingo é para correr. Se tivermos jogadores com sinais de lesão é outra coisa", afirmou Jesus.

Após duas partidas consecutivas fora de casa, o grupo volta ao Rio e terá um dia de folga antes de retomar os trabalhos. Entre as duas competições, a tabela aponta três jogos consecutivos no Maracanã. Cada dia mais encorpado e totalmente incorporado após a queda de braço do Rubro-negro com a CBF, Reinier está pronto (e descansado) para brilhar mais uma vez.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O vídeo publicado anteriormente pela reportagem errou a respeito do lance que ocasionou o pênalti. As imagens foram alteradas pelo lance correto.