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Palmeiras quebra recorde de passes e vê broncas de Mano contra "pressa"

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

27/09/2019 12h00

Resumo da notícia

  • Palmeiras quebrou seu recorde de passes no Brasileirão na vitória sobre o CSA
  • Time trocou 625 passes e teve taxa de acerto de quase 96%
  • Média do Palmeiras no campeonato é de apenas 326 passes trocados por jogo
  • Ideia de Mano Menezes é subir esse número cada vez mais

A vitória por 6 a 2 sobre o CSA na noite de ontem, no Pacaembu, foi o melhor exemplo concreto até agora do jogo mais paciente que Mano Menezes tenta implementar no Palmeiras. Fugindo bastante da característica que apresentava sob o comando de Luiz Felipe Scolari, a equipe alviverde quebrou seu recorde de passes trocados no Campeonato Brasileiro e, mesmo goleando o adversário, viu vários momentos de bronca do treinador quando os jogadores tentavam apressar uma jogada sem necessidade.

Segundo dados do Footstats, o Palmeiras deu 625 passes contra o CSA, sendo 598 certos - uma taxa de quase 96% de sucesso. Somando isso ao ótimo aproveitamento também nos cruzamentos (46%) e nas finalizações (67%), o resultado foi a goleada e a atuação que Mano definiu como a melhor do Verdão sob seu comando.

Para se ter uma ideia de comparação, a média de passes trocados do Palmeiras no Brasileirão é de apenas 326 por jogo. Só três times, na média, passam menos a bola que o alviverde: Chapecoense (316 passes por jogo), Goiás (274) e o próprio CSA (também 274). Se Felipão não se importava com isso e tinha a ideia de atacar de forma rápida e direta, com poucas trocas de bola, o plano de Mano é que esse número suba cada vez mais.

Os 625 passes do Palmeiras nesse jogo, aliás, superaram até mesmo a média dos líderes do Campeonato Brasileiro no quesito. Ainda de acordo com o Footstats, os times que mais trabalham a bola no torneio são o Fluminense (513 passes por jogo), o Grêmio (491) e o Atlético-MG (462).

Na partida contra o CSA, chamou a atenção a postura do time mesmo após abrir 2 a 0 nos primeiros dez minutos. Se com Felipão o padrão seria recuar as linhas, esperar o adversário e tentar aumentar o placar nos contra-ataques, com Mano a ordem foi manter a posse de bola, jogar no campo do rival e tocar curto até achar o espaço para acelerar a jogada.

A cada lançamento desnecessário ou bola esticada sem direção, ouvia-se reclamações vindas do banco de reservas. Em um momento do segundo tempo, Gustavo Scarpa tentou dois lançamentos quase seguidos da intermediária e teve a atenção chamada por Mano. Pouco depois, ele saiu para a entrada de Lucas Lima.

A própria torcida do Palmeiras mostrou ainda não estar acostumada a esse novo estilo. Quando o time rodava a bola de um lado para o outro à procura de uma brecha na defesa do CSA, um esboço de vaias pôde ser ouvido nas arquibancadas. Depois do jogo, o próprio Mano mandou um recado aos torcedores pedindo mais paciência com a forma de atuar e fazendo um apelo para que os palmeirenses não "apressem" os jogadores em campo.

Com cinco vitórias em cinco jogos sob o comando do novo treinador, o Palmeiras ocupa a vice-liderança do Brasileirão, três pontos atrás do Flamengo. A equipe volta a campo no domingo (29) para enfrentar o Internacional, no Beira-Rio.

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