No dia do aniversário, Inter inicia batalha na Suíça para voltar à Série A
Pode ser coincidência ou uma ironia do destino, mas na data em que completa 108 anos de história, o Internacional trava uma batalha distante de Porto Alegre. Em Lausanne, na Suíça, o julgamento do caso Victor Ramos na Corte Arbitral do Esporte pode reconduzir o clube gaúcho para a primeira divisão.
O Inter entende que Ramos atuou irregularmente pelo Vitória no ano passado porque sua transação ocorreu fora do prazo de transações internacionais. Ele tinha direitos ligados ao Monterrey, do México, e mesmo trocando de clube no Brasil (deixou o Palmeiras e foi para o Vitória), na visão do clube gaúcho deveria ter respeitado o período de negociações entre clubes de países diferentes.
Já o Vitória e a CBF, opostos ao Inter na audiência na CAS, entendem que Victor Ramos poderia se transferir no período em que o fez porque sua documentação de transferência não foi reenviada ao México após o fim do vínculo com o Palmeiras.
Em meio a isso, o Inter ainda alega que a CBF indicou o caminho correto ao Vitória inicialmente, mas depois mudou o discurso. Além disso, entre as alegações vermelhas estão a palavra de que o clube baiano sabia a conduta correta a ter, mas em acordo com a CBF fez o contrário.
No Brasil, o Internacional entrou com denúncia no STJD alegando tal situação. O tribunal, porém, arquivou o pedido sem a realização de um julgamento. Desta forma, o clube não encontrou outra alternativa que não recorrer à corte superior.
A audiência começa às 4h (de Brasília). A tendência é que dure por volta de oito horas. Nela, as três partes representadas, Inter, CBF e Vitória, serão ouvidas. Após o período, a decisão não será informada imediatamente, mas levará até uma semana para que todos estejam cientes do melhor caminho a seguir.
Quem avaliará o caso será um trio de árbitros indicados pelas partes. O israelense Efraim Barak, o português Rui Botica e o italiano Luigi Fumagalli. O Internacional está representado pelo vice jurídico Gustavo Juchem e os advogados Rogério Pastl e Diego do Canto. Representando o Vitória está o diretor jurídico Augusto Vasconcelos e pela CBF quem se manifesta é o advogado espanhol Lucas Ferrer. Inter e Vitória também têm profissionais contratados na Europa para manifestação.
O que pode acontecer:
O Internacional evita otimismo. "Eu como torcedor posso ter uma opinião, mas não posso gerar esta expectativa na condição de presidente do clube", disse Marcelo Medeiros na última semana. Internamente, o clube entende-se com total razão, mas vê com dificuldade a atitude a ser tomada pela CAS.
As alternativas mais prováveis são: o tribunal entender que não tem competência para julgar o caso, optando pelo arquivamento ou ainda obrigando o STJD a julgar. Neste caso, o tema teria que entrar em pauta e fatalmente iria romper a data de início da Série B, tornando inútil o pleito vermelho.
Ainda é possível o Tribunal entender que o Inter tem razão, mas não mudar o resultado de campo, aplicando apenas multas; entender que Vitória e CBF estão certos; ou, no melhor cenário sob a ótica colorada, cumprir o regulamento do Brasileirão,e tirar os pontos do Vitória nas partidas em que Ramos atuou, rebaixando o clube baiano e reconduzindo o Colorado à elite do futebol.
Em qualquer caso cabe novo recurso. A parte derrotada poderia procurar a 'justiça comum' da Suíça para modificar a decisão. Não há qualquer previsão de punição da Fifa neste caso.
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