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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como o Chelsea ganhou uma "pré-temporada" para afastar crise pré-Mundial

Jorginho é um dos principais jogadores do Chelsea, que vai jogar o Mundial - Justin Tallis/AFP
Jorginho é um dos principais jogadores do Chelsea, que vai jogar o Mundial Imagem: Justin Tallis/AFP

31/01/2022 04h00

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O Chelsea só venceu duas das últimas oito partidas que disputou no Campeonato Inglês, já está dez pontos atrás do Manchester City, líder da competição, e tinha tudo para chegar no Mundial de Clubes e nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa com a confiança abalada.

Mas o calendário resolveu dar uma forcinha ao clube londrino e presenteou o técnico alemão Thomas Tuchel com uma espécie de pré-temporada para juntar os cacos, colocar a casa em ordem e encontrar soluções para mergulhar com tudo na fase decisiva dos torneios de 2021/22.

Os atuais campeões europeus estão atualmente curtindo um período de 12 dias sem jogos após a vitória por 2 a 0 sobre o Tottenham, no penúltimo domingo. Em 5 de fevereiro, voltarão a campo, mas contra um adversário da terceira divisão, o Plymouth Argile. E aí, terão mais três dias de folga até a estreia no Mundial.

Ou seja, no período de duas semanas e meia antes da disputa do torneio global, o Chelsea só terá um compromisso oficial... e, ainda assim, contra um rival bem pouco qualificado e por um torneio de menor importância (Copa da Inglaterra).

Essa folga na tabela é um oferecimento da Data Fifa que a entidade precisou criar entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro para compensar os atrasos de calendário provocados pela pandemia da covid-19 e conseguir terminar as eliminatórias a tempo da Copa do Mundo-2022.

Só que a Europa já havia conseguido superar esse déficit e terminar seu qualificatório sem a necessidade de dias extras. Com isso, as seleções do continente acabaram não usufruindo da mudança.

O efeito prático dessa distorção é que, enquanto outros clubes participantes do Mundial tiveram seus elencos "dizimados" pelas convocações das seleções, o Chelsea só precisou ceder três jogadores para as equipes nacionais (o senegalês Édouard Mendy, o brasileiro Thiago Silva e o norte-americano Christian Pulisic) e pode fazer uma pré-temporada com elenco quase completo.

E Tuchel tem muito trabalho para fazer. Além de recuperar a confiança dos seus principais jogadores, precisa encontrar uma forma de integrar Romelu Lukaku ao seu estilo de jogo. O centroavante belga, contratação mais cara da história do time inglês, mas que só fez oito gols nesta temporada, até já criou uma celeuma ao reclamar do jeito de jogar futebol imposto pelo treinador alemão.

O camisa 9 chegou até a ser afastado por Tuchel após as críticas públicas, mas fez as pazes com seu comandante e voltou a ser utilizado. O problema tático que gerou o desentendimento, no entanto, ainda persiste. E precisa ser resolvido para o sucesso dos "Blues" nos próximos meses.

O Chelsea estreia no Mundial de Clubes no dia 9 de fevereiro (quarta-feira), contra Al-Hilal (Arábia Saudita), Al-Jazira (Emirados Árabes) ou AS Pirae (Taiti). Do outro lado da chave, estão Palmeiras (Brasil), Al-Ahly (Egito) e Monterrey (México).

Essa será a segunda participação do clube inglês no torneio da Fifa. Em 2012, os londrinos foram surpreendidos pelo Corinthians na decisão. A derrota foi a última sofrida por um clube europeu na competição que, em tese, premia a melhor equipe de futebol do planeta.

Originalmente, o Mundial-2021 seria disputado em dezembro passado. No entanto, o campeonato precisou ser adiado depois que o Japão desistiu de organizá-lo por causa da pandemia da covid-19. Com a alteração, os campeões continentais irão medir forças entre os dias 3 e 12 de fevereiro, em Abu Dhabi.

Depois de encerrar sua participação no torneio em solo árabe, os "Blues" ainda terão mais um compromisso pela Premier League inglesa (contra o Newcastle) antes de estrear na fase final da Champions, ante o Lille, em 22 de fevereiro.