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Rafael Reis

REPORTAGEM

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7 técnicos estrangeiros desempregados para trabalhar no Brasil neste ano

Português André Villas-Boas é um velho alvo do futebol brasileiro - Nicolas Tucat/AFP
Português André Villas-Boas é um velho alvo do futebol brasileiro Imagem: Nicolas Tucat/AFP

14/02/2021 04h00

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O São Paulo anunciou durante a última semana que o ex-centroavante argentino Hernán Crespo será o seu técnico na próxima temporada. A chegada de um mais estrangeiro ao banco de reservas de um grande clube brasileiro está longe de ser uma surpresa.

Depois do sucesso feito pelo português Jorge Jesus à frente do Flamengo em 2019 e da conquista da Libertadores-2020 por Abel Ferreira no Palmeiras, a tendência é que os times do futebol pentacampeão mundial invistam cada vez mais em treinadores oriundos de outros países.

O "Blog do Rafael Reis" resolveu dar uma forcinha nesta tendência e apresenta logo abaixo sete gringos que estão sem clube no momento e que seriam ótimas opções para trabalhar nos nossos clubes neste ano.

ANDRÉ VILLAS-BOAS
Português
43 anos

O português foi um dos primeiros nomes especulados para substituir Fernando Diniz, já que a troca no comando do São Paulo meio que coincidiu com sua saída do Olympique de Marselha, time que treinava há uma temporada e meia. Ex-auxiliar de José Mourinho, Villas-Boas teve um início de carreira brilhante como treinador. Com só 33 anos, foi campeão português pelo Porto e descolou uma transferência para o Chelsea, um dos clubes mais poderosos do Campeonato Inglês, a liga nacional mais rica do mundo. Só que o luso não foi muito mais além disso. Ao longo da última década, teve um bom trabalho no Zenit São Petersburgo e resultados pouco expressivos no Tottenham, no Shanghai SIPG e no OM. Pela diminuição do seu mercado na Europa (e também por já ter admitido interesse de trabalhar no Brasil), Villas-Boas é um nome que merece estar no radar dos clubes daqui.

GUILLERMO BARROS SCHELOTTO
Argentino
47 anos

Guillermo Barros Schelotto - Chris Gardner/Getty Images - Chris Gardner/Getty Images
Imagem: Chris Gardner/Getty Images

Ex-atacante que marcou época com a camisa do Boca Juniors na virada da década de 1990 para os anos 2000, o argentino já tem pelo menos dois trabalhos expressivos no currículo. Em 2013, foi campeão da Copa Sul-Americana treinando o modesto Lanús. Já no Boca, onde trabalhou entre 2016 e 2018, foi duas vezes campeão nacional e conseguiu ser vice da Libertadores. Cotado até mesmo para treinar a seleção argentina, Barros Schelotto preferiu se mudar para o Los Angeles Galaxy e ganhar dinheiro na MLS norte-americana. A experiência durou quase dois anos, e ele está desempregado desde outubro. Ao contrário da maioria dos bons técnicos da nova geração argentina, o ex-atacante é adepto de um futebol mais reativo: isso significa que seus times raramente propõem o jogo e preferem contra-atacar a dominar as ações.

LEONARDO JARDIM
Português
46 anos

Leonardo Jardim - Jean Catuffe/Getty Images - Jean Catuffe/Getty Images
Imagem: Jean Catuffe/Getty Images

Velho desejo do futebol brasileiro, chegou a ser especulado no ano passado pelo Flamengo e também recebeu sondagens de Palmeiras e São Paulo. O português viveu o melhor momento de sua carreira na temporada 2016/2017, quando, à frente do Monaco, interrompeu a sequência de títulos franceses do Paris Saint-Germain, alcançou as semifinais da Liga dos Campeões da Europa e revelou um tal de Kylian Mbappé. Desempregado desde o fim de 2019, recusou o Fla em julho por acreditar que teria propostas mais vantajosas da Europa. Só que essas ofertas até hoje não chegaram, o que pode possibilitar uma investida futura de algum clube brasileiro para contratá-lo.

SEBASTIÁN BECCACECE
Argentino
40 anos

Sebastián Beccacece - Juan Ignacio RONCORONI / AFP - Juan Ignacio RONCORONI / AFP
Imagem: Juan Ignacio RONCORONI / AFP

Antigo escudeiro de Jorge Sampaoli, o argentino passou boa parte da sua carreira como auxiliar do hoje treinador do Atlético-MG e foi às duas últimas Copas do Mundo nessa situação. Agora em voo solo, já trabalhou na Universidad de Chile, no Defensa y Justicia, no Independiente e no Racing, time que dirigiu no ano passado e pelo qual alcançou as quartas de final da Libertadores. No fim de dezembro, anunciou que não permaneceria em Avellaneda e que buscaria um novo desafio profissional em 2021. Beccacece chegou a ser avaliado pela diretoria são-paulina e está na lista de treinadores cotados para comandar o Santos. Pelo DNA "sampaolista" que tem feito sucesso por aqui e também por não ser um nome dos mais caros, é bem provável que apareça em breve no futebol brasileiro.

BRUNO LAGE
44 anos
Português

Bruno Lage - GettyImages - GettyImages
Imagem: GettyImages

Mais um nome da escola portuguesa que tem ganhado cada vez mais espaço no futebol mundial, Lage dirigiu o Benfica de janeiro de 2019 até junho do ano passado. Apesar da queda de desempenho no pós-quarentena que fez com que ele pedisse demissão (abrindo espaço para a volta de Jesus à Lisboa), o jovem treinador teve um trabalho para lá de positivo no estádio da Luz. Em sua primeira temporada na equipe adulta, Lage foi campeão português e também revelou João Félix, que se tornou a maior venda da história do Benfica. Apesar de só ter tido experiência em um clube, é um nome bem interessante, principalmente para quem deseja investir em talentos vindos das categorias de base.

GERMÁN BURGOS
51 anos
Argentino

Germán Burgos - AFP - AFP
Imagem: AFP

Se o objetivo do seu time é fortalecer a defesa e jogar por "uma bola", uma ótima opção no mercado pode ser apostar no ex-goleiro argentino. Burgos jamais trabalhou como treinador, mas passou os nove anos sendo o braço direito de Diego Simeone, o aclamado técnico do Atlético de Madri, que arma um sistema de marcação como ninguém no mundo. O ex-assistente resolveu romper a parceria com Cholo no fim da temporada passada porque deseja se lançar em voo solo. Ou seja, ele só está à espera de um primeiro convite interessante para estrear na nova carreira. Credenciais para se dar bem ele tem.

VÍTOR PEREIRA
52 anos
Português

Vitor Pereira (Shanghai SIPG) - AFP - AFP
Imagem: AFP

Formado em clubes pequenos do futebol português, despontou para a fama durante as duas temporadas, ambas com a conquista do título nacional, em que dirigiu o Porto. A partir de 2013, começou a rodar pelo exterior. Vítor Pereira trabalhou na Arábia Saudita (Al-Ahli), na Grécia (Olympiacos), na Turquia (Fenerbahce), na Alemanha (1860 Munique) e passou os últimos três anos na China, onde dirigiu Oscar e Hulk no Shanghai SIPG. Com experiência em países das mais variadas culturas futebolísticas, Vítor Pereira não deve ter dificuldades para se adaptar ao Brasil, o que torna sua contratação ainda mais interessante.