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São Paulo assina com Hernán Crespo como treinador até o fim de 2022

ALEJANDRO PAGNI / AFP
Imagem: ALEJANDRO PAGNI / AFP

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

12/02/2021 14h08Atualizada em 12/02/2021 16h14

O São Paulo acertou a contratação de Hernán Crespo como o seu novo treinador no mercado da bola. O técnico argentino, de 45 anos, assinou por duas temporadas em sua chegada ao Morumbi.

Crespo chega ao CT da Barra Funda ao lado de cinco auxiliares. A comissão técnica, ao todo, será composta por seis integrantes. Além do comandante, o grupo conta com o assistente Juan Branda, os preparadores físicos Alejandro Kohan e Gustavo Satto, o preparador de goleiros Gustavo Nepote e o analista de desempenho Tobías Kohan.

O técnico vai desembarcar no aeroporto internacional de Guarulhos na semana que vem, para ser devidamente apresentado à torcida. Ele já assistiu pela televisão ao empate com o Ceará, por 1 a 1, no Morumbi, e segue estudando mais jogos do novo time. O início de trabalho, porém, deve ser apenas ao final do Campeonato Brasileiro. Até lá, o auxiliar Vizolli é quem deve ficar a cargo de dirigir a equipe interinamente.

A nova comissão técnica custará ao todo cerca de R$ 1 milhão aos cofres do São Paulo. Os integrantes da equipe firmarão o acordo baseado no dólar americano, moeda normalmente usada em acordos internacionais. Não haverá variação cambial durante o contrato.

Em que pese o pagamento de um salário maior à futura comissão técnica, o São Paulo adota uma postura rígida em relação à proposta orçamentária feita em dezembro do ano passado e não pretende estourar os valores previstos por departamento financeiro e Conselho de Administração. A ideia é gastar cerca de R$ 115,2 milhões em salários, contratações e intermediações em 2021. O valor desembolsado pela nova comissão técnica será o dobro do que se pagava para a configuração anterior, liderada por Fernando Diniz.

Hernán Crespo chega ao Tricolor paulista para substituir Diniz, que foi demitido no dia 1º deste mês. O argentino deixou o Defensa y Justicia, de seu país, no último domingo (7), como campeão da Copa Sul-Americana. Ele já havia informado ao presidente de seu ex-clube, Jose Lemme, que o destino seria o Morumbi no mercado da bola.

Missão desafiadora

Esta não será a primeira empreitada de Crespo, badalado ex-centroavante da seleção argentina, fora de seu país. Ele, na verdade, iniciou ém 2014 a carreira como treinador na Itália, onde jogou por mais de dez anos. Ela orientou times de base do Parma e depois comandou o modesto Modena, antes de voltar para casa, primeiro pelo Banfield e depois pelo Defensa y Justicia.

Pelo São Paulo, o treinador vai encontrar talvez a missão mais desafiadora dessa curta trajetória como "professor": assumir um time que não ganha um troféu desde 2012 —justamente a Copa Sul-Americana que ele acabou de conquistar. Caberá a Crespo tentar recuperar a confiança de um elenco enxuto que chegou a sonhar com o título do Brasileirão, mas hoje se vê na quarta posição a quatro jogos do fim de sua participação, com sete pontos de desvantagem para o líder Internacional.

Crespo não deve esperar que muitos ou renomados reforços sejam contratados —pelo contrário: a nova diretoria, que tomou posse em janeiro, trabalha firme com a ideia de enxugar gastos e de aproveitar ainda mais garotos de suas prestigiadas divisões de base em Cotia.

Série de entrevistas

Quando o presidente Julio Casares optou pela saída de Diniz, o departamento de futebol são-paulino iniciou uma longa série de entrevistas, que envolveu mais de dez candidatos. O argentino não era um dos alvos prioritários. O espanhol Miguel Ángel Ramírez, que se destacou comandando o Independiente del Valle (EQU) nos últimos anos era o favorito do novo presidente. Ramírez, porém, entrou em acordo verbal com o Internacional e aguarda o desfecho do Brasileirão para assinar com o clube gaúcho.

Alguns nomes portugueses também despontavam como boas opções aos olhos da nova gestão, como André Villas-Boas, um dos nomes mais pedidos pelas redes sociais são-paulinas. Mas os valores pedidos acabaram esfriando rapidamente essas negociações.

Crespo, de todo modo, agradou em sua entrevista, oferece um modelo de jogo não muito diferente do que vinha sendo praticado sob o comando de Diniz e custava bem menos que os europeus.

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