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Rafael Reis

"Melhor que Messi" no Barcelona enfrenta desemprego e quase 2 anos sem gol

Víctor Vázquez recebe cumprimento de Messi após seu único gol no time principal do Barcelona - Reprodução
Víctor Vázquez recebe cumprimento de Messi após seu único gol no time principal do Barcelona Imagem: Reprodução

12/12/2020 04h00

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Se você desembarcasse na Catalunha no começo da década de 2000 e perguntasse a alguém que acompanhava as categorias de base do Barcelona quem seria a maior aposta do clube para os próximos anos, é bem provável que não ouvisse o nome de Lionel Messi como resposta.

Lá por 2001, 2002, 2003, época em que a "geração 1987" dos culés (que tinha também Gerard Piqué e Cesc Fàbregas) fazia estragos em todos os adversários que encontrava pelo caminho, o argentino dividia o protagonismo com um outro garoto.

O espanhol Víctor Vázquez era o melhor amigo de Messi nas canteras do Barça... e também seu maior rival. Eles disputavam a camisa 10, o direito de cobrar faltas e o papel de ser "o cara" do time.

"Lembro que Messi e Víctor eram, sem dúvida nenhuma, os dois melhores jogadores da nossa equipe. Às vezes, eles começavam a competir entre si. Se um marcava quatro gols em uma partida, o outro fazia cinco no próximo jogo", afirmou Fàbregas, ao site Infobae.

Por isso, não faltavam pessoas que consideravam Vázquez, um meia-atacante nascido em Barcelona, mais corpulento e que desde os 11 anos treinava no clube, mais talentoso que aquele pequeno argentino rápido, habilidoso, mas também muito franzino.

Só que o tempo provou que eles estavam errados. Enquanto Messi virou o maior jogador de sua geração e, para alguns, até mesmo o grande nome da história do futebol, seu antigo melhor amigo hoje está desempregado e não faz um gol há quase dois anos.

Vázquez começou a perder rendimento no final da adolescência, justamente quando Lionel foi promovido para o Barcelona adulto. O espanhol ainda disputou três partidas pelo time principal e chegou a fazer um gol na Liga dos Campeões (contra o Rubin Kazan, da Rússia, em 2010).

Pouco utilizado por Pep Guardiola, foi liberado em 2011 para assinar com o Brugge e passou cinco temporadas na Bélgica. Depois, passou por México (Cruz Azul), Estados Unidos (Toronto FC) e Qatar (Al-Arabi e Umm Salal).

Ele chegou a ser eleito o craque do futebol belga em 2015 e entrou para a seleção da temporada da MLS (Major League Soccer) em 2017, mas nada comparado os prêmios individuais acumulados pelo antigo companheiro.

Em agosto, voltou à Europa para defender o Eupen, time que o governo do Qatar mantém na Bélgica para dar bagagem internacional às suas crias. Dois meses depois, teve seu contrato rescindido. Desde então, espera uma nova proposta para voltar a jogar profissionalmente e tentar retomar o passado artilheiro.

Se lá no começo da carreira, Vázquez rivalizava com Messi no número de gols, agora a situação é bem diferente. Aos 33 anos, o espanhol amarga um longo jejum de mais de 20 meses sem balançar as redes. A última vez que comemorou foi em 30 de março do ano passado, na liga qatariana.

"Não sou Messi e nem Cristiano. Sou apenas um jogador comum", declarou, quando chegou ao México e já sabia que nunca mais voltaria a fazer frente ao seu velho parceiro da base do Barça.

Maior vencedor da história das eleições de melhor jogador do mundo organizadas pela Fifa, com seis conquistas (2009, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2019), Messi está novamente dentre os finalistas do prêmio.

Mas, desta vez, o camisa 10 do Barcelona corre por fora. O favorito para vencer o "The Best" de craque máximo da temporada 2019/20 é o polonês Robert Lewandowski, campeão alemão e da Champions pelo Bayern de Munique. O português Cristiano Ronaldo, da Juventus, é o outro indicado.

A cerimônia de anúncio dos vencedores do prêmio da Fifa será realizada nesta quinta-feira, 17 de dezembro. Devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a cerimônia deste ano será exclusivamente virtual.