Topo

Rafael Reis

Como o Campeonato Espanhol já está se preparando para o adeus de Messi

Protagonista do Campeonato Espanhol, Messi já tem 33 anos e caminha para a reta final da carreira - Xavier Bonilla/NurPhoto via Getty Images
Protagonista do Campeonato Espanhol, Messi já tem 33 anos e caminha para a reta final da carreira Imagem: Xavier Bonilla/NurPhoto via Getty Images

27/07/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Lionel Messi disputa o Campeonato Espanhol desde 2004. Há pelo menos 13 anos, é também um dos protagonistas da competição dentro de campo, peça essencial de sua estratégia de marketing e um dos grandes atrativos na busca por patrocinadores e na venda dos direitos de transmissão para o exterior.

Mas a história do craque do Barcelona na La Liga está chegando ao fim. Aos 33 anos, o argentino já está no último terço de sua carreira como profissional e não seguirá jogando por mais tanto tempo assim.

Além disso, as inúmeras críticas públicas feitas pelo jogador contra a diretoria ao longo dos últimos meses colocam em dúvida até mesmo a renovação do seu contrato, que termina na próxima temporada.

Na semana passada, o "Blog do Rafael Reis" organizou uma live/entrevista com o representante do Espanhol no Brasil, Albert Castelló, e um dos assuntos discutidos foi: como ficará a competição depois da aposentadoria (ou mesmo transferência para outro país) de Messi?

"Como se sentiu o santista quando o Pelé se aposentou? Eu não faço ideia de como evoluiu o clube depois dele. Alguns jogadores não têm como serem substituídos. Só existe um melhor do mundo. Mas nosso campeonato continuará sendo atraente. Por exemplo, não existia Messi nos anos 1980 e anos 1990. Outros grandes craques vão aparecer", afirmou o dirigente.

"O trabalho é para que todos os clubes tenham recursos suficientes para contratar jogadores que façam com que o campeonato continue sendo competitivo. A fórmula não muda. Antes, não havia Messi, mas as pessoas assistiam ao campeonato por causa de Roberto Carlos, Ronaldo, Raúl, Zidane, Ronaldinho."

Apesar do discurso otimista de Castelló, o futebol espanhol pode sofrer em breve com a ausência de personagens de alto potencial midiático também porque as principais alternativas a Messi também já estão na fase final da carreira.

E isso pôde ser visto na atual temporada. Dos dois protagonistas do título conquistado pelo Real Madrid, um (Karim Benzema) é só seis meses mais novo que o camisa 10 do Barça, enquanto o outro (Sergio Ramos) é até mais velho que ele (completou 34 anos em março).

Por outro lado, candidatos mais jovens a ocupar pelo menos um pouquinho do espaço de Messi, como o belga Eden Hazard (29 anos), o francês Antoine Griezmann (29 anos) e o português João Félix (20 anos), decepcionaram no primeiro ano por Real, Barcelona e Atlético de Madri, respectivamente.

Assim, resta à La Liga torcer para que os clubes da Espanha acertem mais em cheio nas contratações para as próximas temporadas e que jovens do quilate de Vinícius Júnior (20 anos, do Madrid) e Ansu Fati (17 anos, do Barça) evoluam para um cenário de protagonismo.

"Temos que trabalhar duro e oferecer a melhor experiência possível para os torcedores. Vamos perder Messi porque isso é algo que acontece. Todo jogador tem um começo e um fim", completou Castelló.

Na atual temporada, Messi foi o artilheiro (25 gols) e o jogador com mais assistências (22 passes) no Espanhol. Mesmo assim, o Barcelona falhou na tentativa de conseguir seu terceiro título nacional consecutivo e acabou a competição atrás do Real.

A equipe catalã ainda tem mais uma chance de não terminar 2019/20 de mãos vazias. Na Liga dos Campeões da Europa, recebe o Napoli, no dia 8 de agosto, na partida de volta das oitavas de final. O primeiro jogo, disputado lá em março, antes da paralisação do torneio por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), terminou empatado por 1 a 1.