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Liverpool x United: Há tempo que não via um clássico com domínio tão grande

Salah celebra o 4º gol do Liverpool contra o Manchester United - Michael Regan/Getty Images
Salah celebra o 4º gol do Liverpool contra o Manchester United Imagem: Michael Regan/Getty Images

Colunista do UOL

05/03/2023 16h24

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Domingo é sempre um dia de Premier League e logo cedo assisti Nottingham Forest 2 x 2 Everton, que foi bem dinâmico, intenso e bem jogado, apesar falsificação desconfortável dos dois times na tabela.

O zagueiro Felipe e o lateral-esquerdo Renan Lodi estavam em campo para o time da cidade do Robin Hood, porém os também brasileiros Danilo e Scarpa não ficaram nem no banco. Uma pena, porque acordei para assistir esse jogo, pois pensava que iria os ver em campo.

Mas a expectativa era mesmo para o maior clássico é maior rivalidade do futebol inglês: Liverpool x Manchester United. Com o estádio Anfield totalmente lotado, foi lindo de se ver. Os Reds golearam por 7 a 0.

O primeiro tempo teve um domínio de pressão do time do Klopp, mas até o finalzinho quem teve as melhores chances foi o Manchester United. Mas em um jogo como esse não se pode perder gols fáceis de fazer porque a conta chega. E chegou no final da primeira etapa, com Gakpo, aos 43 minutos, e foram para o intervalo assim.

Pensei que o segundo tempo seria mais equilibrado e acreditava numa reação do time do Ten Hag e, mesmo com o meio-campo jogando mal, poderia chegar ao empate.

Mas que nada. Logo no começo da etapa final, Darwin Nuñez fez de cabeça. O Liverpool acelerou e colocou uma dinâmica no jogo que deixou o United totalmente perdido.

Três minutos depois, em um contra-ataque, Salah fez uma jogada espetacular de técnica e habilidade que deixou o zagueiro argentino Lisandro Martínez caído e perdido literalmente. O egípcio passou para o ótimo Gakpo fazer um golaço para, como disse o narrador Paulo Andrade, assinou uma obra de arte maravilhosa.

Daí em diante foi um massacre de intensidade, agressividade e investidas ofensivas, deixando o time do United sem saber para onde correr. O time do Ten Hag se desorganizou totalmente ao deixar diversos espaços com seus jogadores perdendo a cabeça e fazendo entradas com excesso de força, perto de jogadas violentas.

Deu para perceber que seus jogadores começaram a discutir e a reclamar entre eles. Atacava muito mal e numa dessas tomou um contra-ataque arrasador, com a bola sobrando para ele, o maior artilheiro do Liverpool na era Premier League: Mohamed Salah.

Um jogador espetacular que não estava fazendo uma boa temporada, comparada com as anteriores, mas é capaz de desinquietar em qualquer jogada, em qualquer partida e contra qualquer adversário.

Mas o time não jogava bem, tanto que tomou de 5 x 2 do Real Madrid em pleno o estádio Anfield - nesta semana tentará reverter esse resultado lá no Santiago Bernabéu, mas convenhamos, será um tarefa quase que impossível.

Mas nesse jogo voltou a ser aquele time intenso que pressiona a saída de bola do adversário e que não deixa ninguém respirar. E nessa toada chegou a 5 x 0, com outro gol do Darwin Nuñez, mostrando a realidade desse jogo.

Na verdade, só o Liverpool jogou e não teve nenhuma resistência do United, principalmente no segundo tempo. Esse comportamento serve para os times do Brasil que, quando fazem três gols de vantagem, começam a diminuir o ritmo do jogo e tentam fazer jogadas de efeito.

Mas o time de Klopp mantém a dinâmica e continua indo para cima para fazer mais gols contra quem for o adversário. E assim foi feito nesse clássico.

E com muita naturalidade chegou aos 6 x 0, novamente com Mohamed Salah, com a defesa do United batendo cabeça.

Foi a pior partida do Manchester United na temporada, visto que era o melhor futebol apresentado na Premier League depois da Copa do Mundo do Qatar.

Todo mundo jogou muito mal, mas Rashford, que estava jogando muito desde a Copa, e Casemiro, peça principal para essa retomada, foram os piores. Se esperava muito deles e no futebol quando a coisa está feia tudo pode piorar.

E a pancada foi ficando cada vez mais feia porque o Liverpool chegou aos 7 x 0, com o brasileiro Firmino, que também tem história pesadíssima neste clube espetacular.

Faz tempo que não via um clássico espalhado pelo mundo com um domínio tão grande de uma só equipe. Não teve nenhum equilíbrio porque o Liverpool foi simplesmente arrasador nesta partida.

E se jogo fosse um filme poderia se chamar O Massacre da Serra Elétrica. Foi isso que o time da cidade dos Beatles fez com o Manchester United.